in

17 de maio

Lésbica, bicha, trava, gay, sapatão, bofe, sapacaxa, bissexual, entendida, travesti, dyke, viado, bolacha, leslie, transgênero, sapatilha, biba, homossexual, drag king, gilete, boiola, lesbianchic, barbie, transexual, caminhoneira, drag queen, entendido, lady, mona, pintosa, queer, sapa. Denominações não faltam. E muitas delas são usadas ofensivamente como mais uma das formas de discriminar a população GLBT.

No dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde retirou do Código Internacional de Doenças (CID) a referência de “homossexualismo” como patologia. Foi aí que a sociedade científica passou a considerar a homossexualidade como uma prática normal, tal como a heterossexualidade. A homossexualidade passou a ser reconhecida como uma forma de se relacionar afetiva e sexualmente com uma pessoa do mesmo sexo ou do mesmo gênero. Com o velho e conhecido respaldo da ciência foi que, então, algumas coisas começaram a mudar. No entanto, essas mudanças não foram suficientes.

No Brasil, a cada três minutos uma lésbica, um travesti, uma/um transgênero, um gay, uma/um transexual ou uma/um bissexual é vítima de algum tipo de violência e 70% desta população já sofreu discriminação. Em nosso país, a cada três dias uma pessoa é assassinada em virtude de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero. Considerando que essa população forma um contingente de 18 milhões de brasileiras e brasileiros GLBT (sem contar as pessoas que ainda estão no armário).

O Projeto de Lei da Câmara 122/2006, que aguarda a aprovação no Senado Federal, iguala a homofobia aos crimes (de violência e discriminação) contra a população negra, as mulheres, as populações indígenas, as pessoas com deficiência, aos idosos e idosas e às pessoas religiosas. O termo “homofobia” é utilizado para denominar o preconceito contra as pessoas não inseridas na heteronormatividade – grosso modo, o sistema de normas que impõe socialmente a heterossexualidade como uma obrigação, mas que obviamente não está voltado somente para as relações sexuais; é um sistema muito mais complexo que define grande parte de posturas e comportamentos presentes no nosso cotidiano.

Apesar de o termo estar associado à homossexualidade, pretende-se que sua abrangência se estenda para as pessoas trans (travestis, transgêneros e transexuais), muito mais discriminadas por sua identidade de gênero do que por sua orientação sexual, tendo em vista que a pessoa trans se identifica com o gênero contrário ao que lhe foi imposto na maternidade e toma certas providências (psicológicas e corporais) perante essa imposição e, conseqüentemente, é discriminada por isso. Ou seja, tanto no caso das pessoas homossexuais/bissexuais quanto das pessoas trans, a discriminação tem sua gênese no fato dessas pessoas estarem claramente contrariando a heteronormatividade.

Não importa por quais nomes você prefere ser chamada/o ou se é apenas simpatizante da causa, o importante é aproveitarmos o dia 17 para refletirmos e lutarmos por dias cada vez mais coloridos.

Gays que lutaram por direitos são destaque na revista A Capa; Edição 13 está no forno

Casa da Mãe Joana