No dia 5 de agosto de 1994, Mónica Parolini, uma jovem de apenas 14 anos, saiu de casa no bairro Jardín de San Francisco, Argentina, afirmando que iria entregar um cassete de Ricky Martin a uma amiga. Contudo, Mónica nunca retornou. Após dias de busca, seu corpo foi encontrado em um canal rural na cidade, gerando uma comoção intensa na comunidade. Inicialmente, a investigação foi direcionada para a hipótese de fuga do lar, mas a pressão social por respostas levou a uma nova linha de investigação.
O caso ganhou notoriedade quando a tia de Mónica, Valeria Ferreyra, também com 14 anos na época, testemunhou que Mónica havia sido vítima de uma festa com homens mais velhos, envolvendo drogas e violência sexual, seguida de seu assassinato. Em novembro de 1995, quatro homens foram condenados pelo crime: Julio e Cristian Ruiz, Alejandro D’Angelo e José Pacheco. Embora a condenação tenha trazido um certo alívio, a situação em torno do caso permaneceu obscura e cheia de controvérsias.
A investigação se complicou com o tempo, especialmente quando Valeria, a testemunha-chave, começou a afirmar que havia sido forçada a mentir durante o processo judicial. Em 1998, ela fez uma série de denúncias, afirmando que a verdade sobre o que ocorreu com Mónica nunca foi realmente conhecida. A falta de acesso aos documentos do caso e a permanência dos condenados em liberdade deixaram muitas perguntas sem resposta.
O documentário “Un enigma llamado Valeria” busca revisitar este caso emblemático, revelando novos testemunhos e informações que podem mudar a narrativa estabelecida. A série estará disponível no canal de YouTube de La Voz de San Justo a partir do dia 22 de dezembro de 2024, trazendo à tona um dos primeiros femicídios mediáticos da Argentina e explorando a complexidade da verdade por trás de uma tragédia que impactou profundamente a sociedade local.
