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39% dos brasileiros é a favor da legalização de união civil homossexual

De acordo com pesquisa divulgada ontem pelo instituto Datafolha, a maioria dos brasileiros é contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo. O levantamento aponta que 45% dos entrevistados são contrários a legalização do casamento gay. Do total de 4044 entrevistados, 39% são a favor e 14% se declararam indiferentes a respeito.

Para Toni Reis, presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Gays Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – o quadro se dá devido ao preconceito existente na sociedade. “É por isso que o movimento gay tem que se organizar” ,afirmou o militante ao site A Capa.

Apesar do resultado da pesquisa, Toni se mostra otimista. “Evoluímos muito. Em 1995, somente 7% eram a favor”, afirmou. O alto índice dos que se declararam indiferentes (14%) também serve para aumentar o otimismo. “Somando os 39% que são a favor com os 14%, nós somos maioria”.

A pesquisa deixa claro também um certo machismo da sociedade brasileira. Enquanto 42% das são a favor a aprovação da lei, 41% é contra. Já entre os homens quase metade (49%) é contra a união civil ao mesmo tempo em que 36% são favoráveis a legalização.

O caráter conservador dos brasileiros também é exposto pelo resultado da pesquisa.  Entre os mais jovens com idades entre 16 e 24 anos, 53% a maioria é a favor do casamento gay. Já os que entre 25 e 34 anos, 44% se declarou a favor e, 39%, contra. A partir dos 35 anos a tendência se inverte, e a maioria é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Quase a metade (49%) dos que tem entre 35 e 44 anos são contra a união homoafetiva. O número passa a casa dos 50% chegando a de 51% entre os que têm de 45 a 59 anos e 62% entre os que têm 60 anos ou mais.

O contraste nas respostas também se dá entre pessoas com níveis de escolaridade diferentes. É possível afirmar que há uma relação diretamente proporcional entre a graduação e aceitação. Entre os que têm escolaridade fundamental, 51% são contra e 32% são a favor da união entre pessoas do mesmo sexo. Já os que têm nível superior 51% são a favor, 34% são contra.

A pesquisa também revela os dados da aceitação entre os diferentes níveis de renda. Brasileiros que vivem com até dois salários mínimos têm posição semelhante à média nacional (45% contra, 38% a favor); Já entre os que ganham mais de dez salários mínimos, 52% são a favor e 33% são contra.

O levantamento aponta ainda as regiões Norte e Centro-Oeste como as mais contrárias a união homoafetiva. 52% são contra e 34% são a favor. Nas demais regiões do país os resultados são parecidos com a média nacional.

Entre paulistanos e cariocas o número dos que se declararam favoráveis é de 43%.  No entanto, não dá para dizer que as cidades são gay-friendly. Há um empate técnico nas pesquisas. 40% dos paulistanos são contra a união, enquanto e os cariocas contrários somam 41%.

A pesquisa entrevistou brasileiros a partir de 16 anos, entre os dias 25 e 27 de março deste ano, em 159 municípios do país. A margem de erro máxima, para as respostas que se referem ao total de entrevistados, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Diante deste quadro, Toni Reis vê na mobilização da comunidade GLBT uma forma de fazer a união entre homossexuais sair do papel. “Saber em quem está votando e cobrar para que votem favoráveis a aprovação da lei”, diz Toni, ressaltando também a importância de “participar das paradas, das Ongs e estudos na universidade”.

Toni afirma que a legalidade do casamento gay é uma das prioridades da ABGLT. “Precisamos aprovar a lei de união civil e a que pune a homofobia.” O militante adianta que no dia 27 de maio haverá um seminário do Congresso em Brasília para discutir o projeto da Marta Suplicy “que está desatualizado”. O PL não permite a adoção por casais gays por exemplo.

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