Não, não apague a luz. Não feche as cortinas, nem a janela. Deixe a luz entrar para que eu possa vê-la. Deixe-me olhar nos seus olhos, perceber suas reações aos meus toques, ver o teu sorriso meio tímido mas cheio de segundas intenções. Deixe-me prestar atenção no suor escorrendo entre seus seios, no cabelo caindo no seu rosto, e na forma como o joga para trás, e me maravilhar com o arquear do seu corpo, quando ele se contrai… Deixe-me memorizar você, cada detalhe, cada curva, cada gesto. Deixe-me eternizar você em mim.
Não, não feche os olhos. Olhe pra mim. Olhe nos meus olhos e perceba o que quero, como reajo aos seus toques, aos seus beijos, à sua boca, à sua pele. Preste atenção, com cuidado, e grave na sua mente todos os momentos. Façamos juntas um filme que será registrado em nossa memória, um filme sensorial, com luz, cor, cheiros, sons, toques, para que, na hora da saudade, possamos fechar os olhos e sentir tudo novamente…
A visão é um dos sentidos dominantes dos seres humanos. Porém, na hora do sexo é muito comum encontrar pessoas que ficam o tempo todo de olhos fechados, e há uma explicação para isso: ao fecharmos os olhos os outros sentidos ficam mais aguçados, para que possamos perceber o ambiente de outras formas. Existem mulheres, porém, que têm a visão como sentido predominante inclusive na hora da transa, e preferem ficar de olhos bem abertos, prestando atenção em tudo.
Existe uma teoria de que os homens se excitam mais visualmente que as mulheres, mas pra mim isso é lenda: sei que muitas mulheres, e eu sou uma delas, se excitam muito com estímulos visuais, variando somente os tipos de estímulos. Por exemplo, muitas garotas curtem filmes e fotos de sexo explícito (inclusive heterossexuais), enquanto outras preferem imagens mais sutis e sensuais. Aliás, tenho uma teoria de que as mulheres não curtem mais filmes pornôs simplesmente porque não são feitos para elas – mas isso é só uma teoria… Porém, de uma forma ou de outra, estímulos visuais, sejam eróticos, explícitos ou não, sempre nos tocam de alguma forma. Que atire a primeira pedra quem não tem gravada na mente a imagem do orgasmo de um grande amor… É só fechar os olhos que a imagem vem, fácil, fácil…
Existem várias formas de brincar com os estímulos visuais, algumas mais simples, outras que irão exigir algum desprendimento de sua parceira. A básica (e talvez mais difícil para algumas) é buscar transar de luz acesa e manter os olhos abertos maior parte possível do tempo, prestando muita atenção nela (eu sei, eu sei que tem horas em que absolutamente não dá!). Às vezes chega-se ao ponto de prestar tanta atenção ao nosso amor que a gente deixa de sentir o próprio corpo, mas nestas horas é um grande exercício buscar conciliar os outros sentidos pra sentir o máximo possível de sensações.
Para as mais desinibidas, rola tentar assistir um filme ou ver revistas eróticas ou de sexo explícito. Outra sugestão é um streap-tease básico e até se masturbar na frente de sua querida, mas para isso é necessário um pouco mais de ousadia – qualidade básica para quem quer testar coisas novas.
Ousem e façam juntas um filme – um filme sensorial, que ficará gravado na memória de vocês, muitas vezes para sempre…
Na próxima coluna, ouçam o que digo: sons podem enlouquecer…