Olá pessoas que eu tanto adoro!
Ontem, o Ibope Inteligência divulgou alguns números referentes às opiniões das pessoas acerca da homossexualidade. Entre outras coisas, a pesquisa que interrogou 2.002 brasileiros (número cabalístico este, não?), questionou sobre casamento gay, homossexuais ocupando alguns cargos como médicos, policiais e professores e ainda se as pessoas teriam alguma restrição se soubesse que seu amigo, ou amiga é homossexual.
Para começar, 1101,1 das pessoas se declararam contra o casamento homossexual, totalizando um percentual de 55% dos brasileiros e brasileiras (ai, que momento Jânio Quadros, credo!).
Sinceramente, a primeira coisa que me veio à cabeça quando li tal informação foi: "Meu edi pra esses 55%". Porque, de fato, não preciso da aprovação e tamouco da aceitação de ninguém para ser um homossexual bem resolvido e, sobretudo, feliz. Mas é claro, que, num segundo e terceiro momento, eu ponderei melhor sobre o assunto e cheguei a algumas conclusões.
Vamos lembrar que, pesquisas, por mais que elas possam dar uma ideia de determinado assunto, ela não pode ser considerada como a real opinião de uma população, ainda mais em um país com as proporções do Brasil e seus mais de 190 milhões de habitantes. Ainda assim, dá pra levantar algumas questões… Depois deste adendo (olha eu usando palavras…), podemos pensar em algumas coisas como:
– É curioso como as gerações mais velhas têm problema com as relações homossexuais, diferente das gerações mais novas que já aceitam com maior naturalidade a tal da diversidade sexual, possibilitando interpretar que educação e esclarecimento sobre determinado assunto é fundamental para uma opinião livre de preconceitos. Talvez, se o famigerado kit contra a homofobia for levado a sério e utilizado de forma concreta e eficaz, ele pode contribuir ainda mais para erradicar com o preconceito e a intolerância…
– Algo que não me causou nenhuma estranheza foi o fato de a pesquisa revelar que os maiores índices de rejeição, em relação ao casamento gay, estavam entre os que se declararam protestantes ou evangélicos. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, mas precisa gastar sola de sapato pra descobrir isso? E depois, alegam os líderes religiosos que o discurso pregado em seus altares não é preconceituoso, discriminatório e intolerante… Sei… Sei…
– Segundo a diretora do Ibope Inteligência, Laure Castelnau, "os dados mostram que, de uma maneira geral, o brasileiro não tem restrições em lidar com homossexuais no seu dia-a-dia, tais como profissionais ou amigos que se assumam homossexuais. Mas ainda se mostra resistente a medidas que possam denotar algum tipo de apoio da sociedade a essa questão, como o caso da institucionalização da união estável ou o direto à adoção de crianças". Eu sou mais simples para resumir isso… O fato é que veado é bonitinho e engraçado na casa do vizinho, dentro de casa a coisa muda de figura bem rapidinho.
No entanto, o principal a se pensar nesta questão é: vivemos numa democracia e, como definiu um pensador (que infelizmente não lembro o nome!), uma democracia, entre outras coisas, é um regime político que coloca as minorias em primeiro lugar, afinal, a maioria já conta com o peso de ser a maioria. E ser grupo minoritário não está relacionado, necessariamente, com números, mas com poder de influência… E vale lembrar que a bancada religiosa cristã (os principais opositores dos direitos dos LGBT) tem aumentado cada vez mais e não mede esforços para barrar um direito que deve ser garantido por um Estado que é laico… ou deveria ser. Mas aqui é Brasil, né? Não podemos esquecer da nossa herança patriarcal e judaico/cristã que desembarcou das caravelas dos povos ibéricos.
Pra terminar, seria interessante perguntar para as mesmas pessoas sobre assuntos que afetariam de fato e diretamente na vida delas, como a política econômica do país… Provavelmente, teríamos resultados com bem menos propriedade por parte dos entrevistados. Infelizmente…
Tá dado o recado…
Beijo, beijo, beijo… Fui…
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