Desde que estreou, no dia 4 de maio, o programa "A Liga", da Band, teve na última terça-feira (15/06) sua melhor audiência. Tudo isso se deve ao tema da atração, que desta fez foi prostituição.
De acordo com a reportagem, de 1.500.000 profissionais do sexo que trabalham no Brasil, 78% são mulheres, 15% são travestis e 7% são garotos de programa. Entre eles, está André, um garoto de programa que usa, além da rua, a internet para conseguir os seus clientes.
Entrevistado pelo músico Thaíde, André conta que saiu de casa aos 15 anos e há dois trabalha no mercado do sexo. Usando um "nome artístico", ele se descreve como "ativo, roludo à sua espera". Sobre o "roludo", explica. "Os caras gostam. Gay gosta de baixaria, quanto mais baixo você for, usar o nível mais baixo, eles gostam".
O preço de André é R$ 150 por programa. No entanto, ele conta à Thaíde suas técnicas para conseguir mais dinheiro com seus clientes. " [R$ 150] é a minha isca para chamar atenção. Quando estou lá, a coisa muda. Fico meia hora, e falo: velho, tenho que ir… Aí começa o psicológico. O cliente não quer ficar sozinho, ele precisa de alguém lá, então ele começa a liberar a grana".
André consegue mais lucro com casais e gays, que são a maioria de seus clientes ("70%", segundo ele). André diz que as mulheres ainda são reticentes em recorrer ao sexo pago. "O emocional do cliente está preso a mim, aí faço ele usar droga, beber, e assim consigo mais [dinheiro]".
Questionado se nunca sofreu algum tipo de violência durante os seus serviços, André conta que já se envolveu em uma briga com um grupo de skinheads. "Eles estavam com soco inglês e barras de ferro na mão, próximo à região da Paulista. Enfretamos, estávamos em uns 10 garotos de programa".
André aproveita para ressaltar que diversos garotos de programas são agredidos por seus clientes. No entanto, só sai na mídia, segundo ele, quando o cliente se torna vítima de um profissional do sexo.
Ousada, a reportagem ainda citou o problema das drogas. De acordo com André, quase todos os garotos de programa se drogam. "Uns gostam de maconha, mas a maioria usa mesmo é o pó", revela. Nesta hora, é possível ver André separando uma quantidade de cocaína, em cima do seu notebook, para usar durante os seus programas.
A matéria também mostrou a prostituição de travestis. Coca, como é conhecida, contou que com a mudança de seu corpo começou a enfrentar dificuldade em arrumar emprego e, por isso, acabou caindo no mundo da prostituição.
Veja abaixo alguns trechos da reportagem.