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73% dos brasileiros com mais de 50 anos são contra a união gay, diz pesquisa

É de 55% o número de brasileiros contrários a união de casais homossexuais. De acordo com uma pesquisa do Ibope Inteligência divulgada nesta quinta-feira (28), 63% dos homens e 48% das mulheres não concordam com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a união estável entre casais do mesmo sexo em maio.

A pesquisa, que foi realizada entre os dias 14 e 18 de julho, identifica que as pessoas menos incomodadas com o tema estão mais presentes entre as mulheres, os mais jovens, os mais escolarizados e as classes mais altas. Com relação a idade, entre jovens de 16 e 24 anos, 60% são favoráveis, enquanto 73% dos maiores de 50 anos são contrários.

Regionalmente, Norte/Centro-Oeste e Nordeste se destacam como as áreas do país com mais rejeição a questões que envolvem o assunto, como a adoção de crianças por casais do mesmo sexo: nesse quesito, 55% dos brasileiros se declararam contrários. Entre os homens, o indicador é mais alto, com 62% de contrários, da mesma forma que também é entre as pessoas maiores de 50 anos, onde 70% rejeitam a ideia.

Sem surpresa, no quesito religião, os números mostram que a população de protestantes e evangélicos é a que se manifesta mais resistente, onde apenas 23% se dizem favoráveis à iniciativa do STF. Foi possível identificar que há maior tolerância nas pessoas cuja religião foi classificada na categoria "outras religiões", onde 60% são favoráveis à união gay. Dentre os católicos e ateus há total divisão, com 50% e 51% de aprovação.

A pesquisa, que tem margem de erro de dois pontos percentuais, questionou também a possibilidade de um(a) amigo(a) sair do armário. Desta vez, o resultado foi positivo. Para a grande maioria de 73% dos brasileiros, essa hipótese não os afastariam em nada das suas amizades. Outros 24% disseram que afastariam muito ou pouco e 2% não souberam responder.

Com relação à aceitação de homossexuais trabalharem como médicos no serviço público, policiais ou professores de ensino fundamental, apenas 14% se disseram total ou parcialmente contra trabalharem como médicos, 24% como policiais e 22% como professores. A parcela dos brasileiros que são parcial ou totalmente favoráveis é de 84% para o caso de médicos, 74% para policiais e 76% para professores.

"Os dados mostram que, de uma maneira geral, o brasileiro não tem restrições em lidar com homossexuais no seu dia-a-dia, tais como profissionais ou amigos que se assumam homossexuais. Mas ainda se mostra resistente a medidas que possam denotar algum tipo de apoio da sociedade a essa questão, como o caso da institucionalização da união estável ou o direto à adoção de crianças", afirma Laure Castelnau, diretora do Ibope Inteligência.

A pesquisa do Ibope Inteligência entrevistou 2.002 brasileiros em 142 municípios do território nacional, ouvindo toda a população de 16 anos ou mais.

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