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Vanuatu pode limitar direitos LGBTQIA+ com mudança na constituição

Proposta controversa busca alinhar leis a valores tradicionais e afeta mobilização da comunidade LGBTQIA+

Vanuatu, no Pacífico, está prestes a enfrentar uma das mudanças mais controversas em sua legislação que pode impactar diretamente a comunidade LGBTQIA+. O Parlamento do país discute uma alteração na constituição para reconhecer apenas dois sexos – masculino e feminino – no nascimento, uma medida que pode restringir a liberdade de expressão e os direitos de pessoas LGBTQIA+.

Valores tradicionais versus direitos humanos

A proposta, alinhada aos chamados “valores melanesianos e princípios cristãos” que fundamentam Vanuatu, tem gerado debates intensos. O presidente do Conselho Cristão de Vanuatu, Pastor Collin Keleb, defende que a mudança é necessária para limitar a influência ocidental e impedir que pessoas LGBTQIA+ se organizem e promovam ideias que, segundo ele, conflitam com a cultura local.

Por outro lado, grupos LGBTQIA+ e ativistas questionam essa postura, lembrando que muitas leis e valores são interpretados de maneira seletiva e apontando para outras violações que não recebem o mesmo escrutínio. A medida, segundo eles, pode ser um retrocesso para a liberdade de expressão e de associação em Vanuatu.

Contexto recente e preocupações comunitárias

Essa movimentação vem após a alteração na lei de casamento de Vanuatu, que definiu o matrimônio exclusivamente entre homem e mulher, proibindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A discussão atual amplia esse conceito, potencialmente criminalizando manifestações públicas e associações ligadas à comunidade LGBTQIA+.

Pastor Keleb afirmou que o governo, líderes religiosos e chefes locais consultaram-se para elaborar essas regulações, buscando preservar o que consideram a estrutura familiar e cultural tradicional, evitando o que chamam de influência ocidental que afastaria os jovens dos valores religiosos.

Impacto na comunidade LGBTQIA+ do Pacífico

O debate de Vanuatu reflete um cenário mais amplo na região do Pacífico, onde o reconhecimento e os direitos LGBTQIA+ ainda enfrentam barreiras significativas. Países como Kiribati, Papua Nova Guiné, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga e Tuvalu mantêm leis que criminalizam pessoas LGBTQIA+, embora a aplicação dessas leis tenha diminuído nos últimos anos.

Essa realidade reforça a urgência de um diálogo respeitoso e inclusivo, que considere as especificidades culturais do Pacífico, mas que também promova a dignidade e os direitos humanos universais para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Reflexões para a comunidade LGBTQIA+

Para a comunidade LGBTQIA+ do Brasil e do mundo, a situação em Vanuatu é um alerta sobre como tradições e religiões podem ser usadas para limitar direitos fundamentais. É essencial acompanhar e apoiar as lutas dessas pessoas que, mesmo em contextos adversos, buscam reconhecimento, respeito e liberdade para existir plenamente.

Enquanto isso, a mobilização e a visibilidade continuam sendo ferramentas poderosas para transformar realidades e garantir que o amor, a identidade e a expressão não sejam silenciados por legislações retrógradas.

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