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Estudantes de engenharia se revoltam contra desafio de criar dispositivo LGBTQ+

Alunos do King’s College London protestam e enfrentam acusação de homofobia após projeto focado na comunidade LGBTQ+

O King’s College London (KCL), uma das universidades mais renomadas do Reino Unido, viu recentemente um episódio intenso envolvendo estudantes de engenharia, diversidade e inclusão. Durante um módulo de design de engenharia, os alunos foram convidados a desenvolver um dispositivo que pudesse melhorar a vida da comunidade LGBTQ+. A proposta tinha como objetivo ampliar a percepção dos futuros engenheiros sobre a diversidade dos usuários e os desafios enfrentados por grupos sub-representados.

No entanto, a iniciativa gerou uma reação negativa entre parte dos estudantes. Um grupo de 74 alunos assinou uma petição criticando a relevância do projeto para a área de engenharia, defendendo que temas sociais deveriam ser opcionais e oferecer um leque de grupos minoritários para escolha. Algumas vozes levantaram preocupações sobre a imposição de uma agenda política, enquanto outras citaram questões religiosas e receio de represálias em seus países de origem, evidenciando a complexidade de inserir debates de diversidade em ambientes acadêmicos técnicos.

O choque entre inclusão e resistência

Entre os relatos, alunos afirmaram que o desafio era difícil de ser alcançado dentro do escopo da engenharia e que a abordagem poderia gerar desconforto para estudantes com crenças religiosas ou culturais diferentes. Um dos estudantes chegou a declarar que sua fé não permitia apoio ao projeto, enquanto outros ressaltaram que, apesar de entenderem a importância da pauta LGBTQ+, não viam como um dispositivo eletromecânico poderia resolver os desafios sociais apresentados.

Ao ser acionada para mediar a situação, a equipe de Igualdade, Diversidade e Inclusão (EDI) da universidade classificou algumas das respostas dos alunos como “claramente anti-LGBTQ+” e recomendou que a coordenação do curso enviasse uma carta à turma reprovando tais atitudes. O comunicado reforçava que a orientação sexual e a identidade de gênero são características protegidas e que qualquer discriminação baseada nesses aspectos não seria tolerada.

Reflexões para a comunidade LGBTQIA+

Esse episódio no King’s College London reflete um desafio que muitas instituições enfrentam: como promover a inclusão e a conscientização sobre a diversidade em áreas tradicionalmente técnicas e pouco debatidas sob esse prisma. Para a comunidade LGBTQIA+, a iniciativa em si é um avanço, pois coloca em pauta a necessidade de pensar a tecnologia e a engenharia com olhar mais humano e inclusivo.

Ao mesmo tempo, a reação dos estudantes evidencia que o caminho para a verdadeira inclusão ainda passa pela educação, diálogo e respeito às diferentes realidades. Projetos que unem inovação tecnológica e impacto social podem ser poderosos aliados para transformar a realidade das pessoas LGBTQIA+, desde que conduzidos com sensibilidade e abertura para o debate.

O King’s College London já sinalizou que revisará o conteúdo do módulo para futuras turmas, buscando oferecer tarefas mais variadas que estimulem o pensamento crítico e a empatia sem descartar a técnica. Essa experiência serve como um lembrete de que a luta por representatividade e respeito deve ser constante, e que a engenharia também pode – e deve – ser um espaço de diversidade e inclusão.

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