Remake do clássico de Ang Lee traz representatividade LGBTQIA+ com humor e emoção em Seattle, EUA
O icônico filme “O Banquete de Casamento”, dirigido por Ang Lee em 1993, conhecido por sua abordagem pioneira sobre relacionamentos queer, ganhou uma releitura emocionante em 2025. Exibido no Festival Internacional de Cinema de Minneapolis e São Paulo (MSPIFF44), o remake dirigido por Andrew Ahn atualiza a história para os tempos modernos, explorando novas dinâmicas e desafios da comunidade LGBTQIA+.
Uma trama que conecta gerações e culturas
Na trama, acompanhamos duas duplas queer em Seattle, EUA: Angela e Lee, um casal lésbico que luta para realizar o sonho de ter um filho por meio da fertilização in vitro, e Chris e Min, um casal gay enfrentando a pressão conservadora da família sul-coreana de Min, que também é herdeiro de uma grande fortuna familiar. Para garantir sua permanência legal no país, Min propõe um casamento de conveniência a Angela, que aceita, assim como Lee e Chris, embarcando em uma jornada repleta de situações engraçadas e emocionantes.
O remake troca as tradições chinesas e taiwanesas do original pelas coreanas, trazendo uma cerimônia tradicional que se torna palco de tensões e revelações, especialmente com a avó Ja-Young, personagem cheia de nuances interpretada pela premiada Youn Yuh-jung. A presença da mãe de Angela, May, que apoia o casal, também marca uma diferença fundamental, mostrando o avanço das relações familiares LGBTQIA+ na cultura contemporânea.
Modernidade e representatividade na tela
Ao trazer dois casais queer, o filme amplia o espectro das experiências LGBTQIA+, embora isso ocasione uma trama um pouco mais carregada. Ainda assim, o remake mantém o humor afiado e momentos de sensibilidade, como a icônica cena onde os personagens tentam “desqueerizar” suas casas para agradar a família tradicional.
Embora a ideia do casamento de fachada faça mais sentido no contexto dos anos 1990, quando o casamento gay ainda não era legalizado, a versão de 2025 justifica sua existência ao conectar essa tradição com as burocracias contemporâneas de imigração e aceitação familiar. Esse equilíbrio entre passado e presente cria uma narrativa que ecoa com o público LGBTQIA+ atual, especialmente aqueles que navegam entre expectativas familiares e identidade.
Um filme para celebrar e refletir
“O Banquete de Casamento” 2025 é mais do que uma homenagem ao clássico de Ang Lee — é uma celebração da diversidade queer na cultura pop, mostrando que o amor e a família podem assumir muitas formas. O filme é uma opção divertida, inteligente e emocionante para quem busca histórias que refletem as complexidades das nossas vidas hoje.
Se você é fã de cinema queer e quer se conectar com narrativas que trazem representatividade e leveza, essa produção é uma ótima pedida. O remake conquista um merecido 8/10, reafirmando o impacto do original e conquistando seu lugar no coração das novas gerações LGBTQIA+.
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