in

Trabalhador gay escravizado por trisal pode receber R$ 1,3 milhão

Vítima LGBTQIA+ sofreu abusos por nove anos e é amparada por ação judicial no Triângulo Mineiro

Em uma história que denuncia as violências ainda presentes em nossa sociedade, um trabalhador gay, mantido em condição análoga à escravidão por um trisal em Planura, no Triângulo Mineiro, pode receber indenização de R$ 1,3 milhão. A vítima, que passou nove anos submetida a abusos físicos, psicológicos e sexuais, foi obrigada até a tatuar as iniciais de um dos patrões em seu corpo, um símbolo cruel da dominação e do controle exercidos por aqueles que se aproveitaram de sua vulnerabilidade.

Exploração e violência contra pessoas LGBTQIA+

O caso ganhou repercussão após investigação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que revelou também a situação de uma mulher transgênero, igualmente vítima do trisal. Ela sofreu um AVC, possivelmente desencadeado pelo estresse e pelas violências presenciadas e sofridas no ambiente de trabalho degradante. As duas vítimas, ambos uruguaios, foram resgatadas graças a uma operação que desvendou uma rede de exploração que usava a falsa promessa de emprego e acolhimento para aliciar pessoas LGBTQIA+.

Os aliciadores criavam vínculos de confiança por meio de redes sociais, atraindo trabalhadores em situação de vulnerabilidade socioeconômica e afetiva. Assim, conseguiam submeter essas pessoas a jornadas exaustivas, cárcere privado, exploração sexual e diversas formas de abuso, negando direitos básicos e dignidade.

A luta por justiça e reparação

Com a prisão dos três integrantes do trisal, a ação judicial segue seu curso para garantir que a vítima masculina receba os direitos trabalhistas devidos, um montante que inclui R$ 300 mil em verbas salariais e rescisórias, além de R$ 1 milhão por danos morais e existenciais. A ação ainda requer R$ 2 milhões por danos morais coletivos, reforçando a importância de responsabilizar os envolvidos e prevenir que casos assim se repitam.

A mulher transgênero resgatada está recebendo acompanhamento médico, psicológico e jurídico, mas ainda não há confirmação sobre a inclusão dela no pedido de indenização. O caso expõe a urgência de políticas públicas efetivas para proteger pessoas LGBTQIA+ contra abusos, especialmente em contextos de exploração laboral.

Um alerta para a comunidade e a sociedade

Essa dolorosa realidade serve como um chamado para que a comunidade LGBTQIA+ e toda a sociedade se unam na luta contra o trabalho escravo e as violências de gênero e sexualidade. A história desse trabalhador gay escravizado por um trisal é um lembrete contundente da importância da solidariedade, do acolhimento e da vigilância contra abusos que ainda persistem nos nossos tempos.

É fundamental que as pessoas saibam que direitos existem e que denúncias podem e devem ser feitas para romper o ciclo de violência e garantir justiça e reparação para as vítimas.

Que tal um namorado ou um encontro quente?

Show da Lady Gaga no Rio inspira festa LGBTI+ na Lapa

Festa do Crocifisso di Colonna: tradição e fé em Trani, Itália