Deputada conservadora critica colegas por apoiar grupo homofóbico e anti-trans em evento no parlamento de British Columbia
Um episódio que revelou tensões internas na política de British Columbia (BC), Canadá, ganhou destaque ao mostrar a deputada Elenore Sturko, do Partido Conservador de BC, se posicionando firmemente contra um grupo social conservador que promove ideias anti-LGBTQIA+, antiaborto e anti-cuidados afirmativos para pessoas trans.
No dia 29 de abril, a legislatura de BC sediou uma recepção organizada pela deputada Heather Maahs, também do Partido Conservador, para a Associação para Ação Política Reformada (ARPA). Essa organização é conhecida por defender que a homossexualidade é “imoral”, apoiar a criminalização do aborto e pedir a reversão das proibições à terapia de conversão.
Repercussão interna no Partido Conservador
Elenore Sturko não hesitou em criticar duramente seus colegas, incluindo o líder do partido John Rustad, por apoiarem um grupo que “trabalha ativamente contra os direitos de outros habitantes de British Columbia”. Sturko afirmou que ficou consternada ao ver um evento no parlamento que promove visões tão extremas, que rejeitam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o direito ao aborto e o acesso a cuidados de afirmação de gênero para jovens trans.
Durante sua introdução no evento, a deputada Heather Maahs exaltou a ARPA, ressaltando que muitas de suas posições estão alinhadas com “a abordagem de bom senso do Partido Conservador de BC”, em especial a defesa dos direitos parentais, a proteção da vida contra a eutanásia assistida (MAID) e a oposição ao recurso escolar SOGI 123, que promove a inclusão LGBTQIA+ nas escolas públicas.
Conluio conservador e reação da oposição
Além de Maahs, diversos membros da bancada conservadora participaram da recepção, incluindo John Rustad e outros 19 deputados, mostrando o apoio coletivo da legenda a esse grupo controverso.
O Novo Partido Democrático (NDP) de BC denunciou a longa história do Partido Conservador em permitir ataques aos direitos reprodutivos e humanos. A parlamentar Jennifer Blatherwick afirmou que, em um momento em que direitos estão sendo ameaçados internacionalmente, é perturbador ver líderes dando espaço a grupos que querem retroceder direitos conquistados pela comunidade LGBTQIA+ e mulheres.
Vozes dissidentes no partido
Amelia Boultbee, deputada de Penticton-Summerland, também do partido conservador, se juntou a Sturko na condenação da recepção e rejeitou publicamente a ideia de que os valores da ARPA refletem os do partido. Em uma declaração firme, Boultbee afirmou que, apesar de ser cristã, acredita que todos os habitantes de BC devem ter direitos civis iguais, independentemente da orientação sexual.
Ela criticou a presença da ARPA no Hall da Honra da legislatura e prometeu continuar representando todos os constituintes, independentemente das associações de alguns membros da sua bancada.
A importância da representatividade e respeito
Esse episódio evidencia o desafio constante da política em equilibrar visões tradicionais e o respeito às diversidades. Para a comunidade LGBTQIA+ e aliados, a denúncia feita por Sturko e Boultbee é um passo importante na luta contra o retrocesso e a discriminação institucional.
Na atualidade, onde os direitos humanos enfrentam ameaças crescentes, é fundamental que representantes eleitos defendam a inclusão e o respeito à diversidade. O posicionamento de Sturko reforça a urgência de combater discursos que alimentam o preconceito e a exclusão, especialmente em espaços de poder como o parlamento.
Assim, a palavra-chave grupo anti-LGBTQIA+ aparece como uma importante referência para identificar e combater movimentos que buscam restringir direitos conquistados a duras penas pela população LGBTQIA+ em todo o mundo.
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