Alisa Gorshenina enfrenta repressão por expressar apoio LGBTQIA+ e oposição à guerra na Rússia
Na cidade de Yekaterinburg, nos Urais da Rússia, a artista e ativista anti-guerra Alisa Gorshenina foi multada em 100 mil rublos (aproximadamente 1.089 euros) por “propaganda LGBTQIA+”. A penalidade veio após a artista postar um emoji de arco-íris em suas redes sociais, gesto que acabou sendo interpretado pelas autoridades russas como uma afronta à legislação vigente contra a comunidade LGBTQIA+.
Além disso, Gorshenina recebeu uma multa adicional de 45 mil rublos (490 euros) por “desacreditar” o exército russo. Recentemente liberada após 10 dias em um centro de detenção especial, ela foi presa em sua cidade natal, Nizhny Tagil, e transferida para Yekaterinburg, onde foi julgada por exibir símbolos considerados “extremistas”. O símbolo em questão? Um simples emoji de arco-íris, que representa a diversidade e a luta LGBTQIA+ ao redor do mundo.
Arte, resistência e repressão
Conhecida por explorar a mitologia da região dos Urais em suas obras, Alisa Gorshenina tem enfrentado uma crescente pressão do governo russo devido ao seu posicionamento contra a guerra na Ucrânia. Em 2022, ela já havia sido multada por exibir uma rosa branca com mensagens pacifistas escritas nas línguas minoritárias Chuvash e Tatar durante um protesto solo em Nizhny Tagil.
O cerco à sua arte se intensificou quando suas obras foram retiradas de uma exposição em uma galeria de Moscou, levando-a a denunciar publicamente ataques digitais, ameaças e campanhas de denúncia promovidas por grupos ultranacionalistas pró-guerra, que tentam silenciar vozes dissidentes como a dela.
O contexto da repressão LGBTQIA+ na Rússia
Desde novembro de 2022, a Rússia proibiu oficialmente qualquer forma de “propaganda LGBTQIA+”. Um ano depois, o país classificou o “movimento internacional LGBTQIA+” como “extremista”, ampliando a perseguição a espaços e expressões ligadas à comunidade queer. Esse ambiente hostil tem restringido fortemente a liberdade de expressão e os direitos LGBTQIA+ no país, tornando atos simbólicos, como o uso do emoji arco-íris, motivo para processos judiciais e multas pesadas.
Apesar da crescente repressão, Alisa Gorshenina segue firme em sua luta, reafirmando seu compromisso com a arte e a resistência dentro da Rússia, recusando-se a se silenciar ou a abandonar sua terra natal.
Uma inspiração para a comunidade LGBTQIA+
A história de Alisa ressoa profundamente com a comunidade LGBTQIA+, especialmente em contextos onde a expressão da identidade e da resistência política são criminalizadas. Seu exemplo mostra a importância da arte como ferramenta de visibilidade e luta, e como até mesmo pequenos símbolos, como um emoji, podem se tornar poderosas declarações contra opressões.
Em tempos sombrios, a coragem de Alisa Gorshenina ilumina caminhos para que outras vozes se levantem, trazendo esperança e força para a comunidade LGBTQIA+ não apenas na Rússia, mas em todo o mundo.
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