Prefeitura do Rio aposta em eventos com megastars para movimentar a economia local e gerar milhões
No último sábado (3), a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi palco de um evento histórico: o show gratuito da diva pop Lady Gaga reuniu cerca de 2,1 milhões de pessoas, segundo a prefeitura carioca. Este espetáculo, que mesclou arte, música e uma celebração da diversidade, não só encantou o público, mas também levantou um debate importante sobre os investimentos públicos em grandes shows.
O evento foi uma parceria entre iniciativa privada e órgãos públicos. Os patrocinadores custearam aproximadamente R$ 62 milhões, enquanto a prefeitura e o governo do estado investiram juntos cerca de R$ 30 milhões. Apesar do alto aporte financeiro, a expectativa oficial é que o show injete cerca de R$ 600 milhões na economia local, movimentando setores como hotelaria, bares, restaurantes e comércio em geral.
Investimento que gera retorno ou luxo excessivo?
Essa não é a primeira vez que o Rio aposta em megaeventos musicais para impulsionar a economia. Em 2024, Madonna reuniu cerca de 875 mil pessoas na mesma praia, com retorno financeiro estimado em mais de R$ 300 milhões. São estratégias que visam atrair turismo, promover a cidade e movimentar cadeias produtivas, mas que também suscitam questionamentos sobre prioridades e transparência nos gastos públicos.
Em São Paulo, a Virada Cultural, outro exemplo de festival com forte aporte público, consumiu cerca de R$ 60 milhões em 2024, trazendo artistas consagrados e representantes da diversidade musical, incluindo nomes queridos da comunidade LGBTQIA+, como Gloria Groove e Pabllo Vittar. Em outras cidades brasileiras, artistas nacionais de grande apelo popular, como Gusttavo Lima, também são contratados para shows gratuitos, com cachês milionários financiados por prefeituras.
O impacto para a comunidade LGBTQIA+
Eventos grandiosos como o show de Lady Gaga representam muito mais que uma simples apresentação musical: são espaços de visibilidade, acolhimento e celebração da diversidade, elementos fundamentais para a comunidade LGBTQIA+. A presença massiva e a energia desses eventos promovem um sentimento de pertencimento e reforçam a luta por direitos e respeito.
Por outro lado, é fundamental que esses investimentos públicos sejam discutidos abertamente, garantindo que o retorno social e econômico seja verdadeiro e transparente, e que a cultura e a diversidade sejam valorizadas de forma sustentável. Afinal, a cultura que abraça o público LGBTQIA+ merece não apenas palco e holofotes, mas também políticas públicas que ampliem seu alcance e impacto.
Vale a pena o investimento?
A pergunta que fica é: para você, que faz parte de uma comunidade que valoriza a representatividade e a cultura, as prefeituras devem continuar investindo em shows como o de Lady Gaga? Será que o impacto econômico e social justifica o alto custo? Essa reflexão é essencial para construirmos cidades mais inclusivas e vibrantes.
Enquanto o debate acontece, eventos como esse seguem encantando multidões e inspirando gerações, mostrando a força da música e da diversidade em unir pessoas e transformar realidades.
Que tal um namorado ou um encontro quente?