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Show de Lady Gaga no Rio: a verdade sobre o público e a megalomania dos números

Riotur afirma 2,1 milhões no show em Copacabana, mas análise revela números muito menores e a busca por grandes cifras
Show de Lady Gaga no Rio: a verdade sobre o público e a megalomania dos números

Riotur afirma 2,1 milhões no show em Copacabana, mas análise revela números muito menores e a busca por grandes cifras

O aguardado show de Lady Gaga em Copacabana, no Rio de Janeiro, encantou multidões e aqueceu a cidade, mas a polêmica sobre o número real de público tomou conta das redes e debates. A Riotur divulgou que 2,1 milhões de pessoas estiveram presentes, um número gigantesco que, na prática, desafia a lógica e os limites do espaço físico da praia mais famosa do Brasil.

Para o público LGBTQIA+, acostumado a celebrar eventos marcantes que mobilizam multidões por amor, liberdade e expressão, entender essa megalomania dos números é essencial para valorizar o que realmente importa: a energia, a representatividade e a potência dessas experiências coletivas.

Copacabana e a matemática da multidão

Copacabana tem cerca de 5,2 quilômetros de orla contínua, incluindo a praia do Leme, mas o palco do show de Lady Gaga foi instalado em um trecho de aproximadamente 1 quilômetro, da altura do hotel Copacabana Palace até a Avenida Princesa Isabel. Essa área, que inclui ruas e praia, soma aproximadamente 100 mil metros quadrados.

Se considerarmos os números da Riotur, a densidade de público chegaria a 21 pessoas por metro quadrado, um cenário humanamente impossível para um evento ao ar livre, especialmente porque o espaço também precisa acomodar estruturas como palcos, banheiros químicos, torres de som e áreas de circulação.

Especialistas em eventos e fenômenos urbanos apontam que a densidade máxima segura em shows é de cerca de 4 pessoas por metro quadrado, e que uma média confortável é de 2. Isso coloca o público real do show na casa de algumas centenas de milhares, muito longe da cifra oficial.

Quando a exageração vira estratégia

Essa inflada nos números não é exclusividade do show da diva pop. Eventos públicos no Rio, como o Réveillon de Copacabana, frequentemente têm seus públicos superestimados sem uma base clara. O objetivo? Justificar investimentos públicos que chegam a dezenas de milhões de reais e atrair patrocínios milionários.

No caso do show de Lady Gaga, o investimento público foi de cerca de R$ 30 milhões, além de R$ 60 milhões em patrocínios privados. Para manter a série de grandes eventos na cidade, é tentador para as autoridades criar narrativas que reforcem o sucesso estrondoso das atrações.

O impacto real para a comunidade LGBTQIA+

Embora os números sejam superestimados, o impacto cultural e simbólico do show de Lady Gaga no Rio é inegável, especialmente para a população LGBTQIA+. A artista é um ícone de empoderamento, diversidade e resistência, e sua presença fortalece a visibilidade e o orgulho queer em um país onde direitos ainda são conquistados diariamente.

Mais do que a quantidade, o que importa é a qualidade da experiência, a energia compartilhada e o espaço seguro que esses eventos proporcionam para expressar identidade e amor. Copacabana, palco desse encontro emocionante, foi um cenário para celebrar a vida e a diversidade com toda a força que a comunidade merece.

Portanto, mesmo que a megalomania dos números da Riotur seja desmascarada pela razão, a grandiosidade do evento está no afeto e na representatividade que ele trouxe para milhares de fãs. O verdadeiro show é o da inclusão, da liberdade e da celebração da diversidade que Lady Gaga inspira em cada palco que pisa.

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