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Lukinhas: a versatilidade musical que afirma identidade periférica

Cantor carioca une pagode e R&B para celebrar ancestralidade e diversidade sonora na cena urbana
Lukinhas: a versatilidade musical que afirma identidade periférica

Cantor carioca une pagode e R&B para celebrar ancestralidade e diversidade sonora na cena urbana

Em um cenário musical muitas vezes limitado por rótulos e algoritmos, Lukinhas surge como um artista que dissolve os limites entre gêneros para afirmar sua identidade de forma plena e autêntica. Nascido e criado na comunidade de Asa Branca, na zona oeste do Rio de Janeiro, ele é um dos nomes mais promissores da nova geração do pagode urbano, mas seu trabalho vai muito além do samba e do pagode tradicionais. Com influências que transitam entre o R&B, o pop e o rap, Lukinhas constrói uma sonoridade plural que reflete sua herança ancestral e o contexto contemporâneo em que vive.

Pluralidade como resistência e expressão

“Eu não preciso escolher um lado só.” Essa frase, dita pelo próprio Lukinhas, traduz o que o artista representa hoje: a liberdade de ser múltiplo, tanto musicalmente quanto na sua identidade cultural. Em tempos em que o mercado musical muitas vezes exige segmentação, ele prefere abraçar a diversidade sonora que sempre fez parte da sua vivência, desde a infância, quando cada vizinho e cada rádio tocava algo diferente.

Essa pluralidade não é apenas estética, mas uma ferramenta de afirmação cultural e política. Ao caminhar entre o pagode e o R&B, Lukinhas conecta gerações e ritmos que nasceram do mesmo ventre, o da música preta brasileira. Seu avô, grande fã de Jorge Aragão, foi quem lhe apresentou clássicos como Tim Maia e Cassiano, elementos fundamentais para a construção de sua identidade artística.

Maturidade e raízes no álbum Pagode Urbano #01

Em 2024, Lukinhas lançou seu álbum Pagode Urbano #01, gravado em Asa Branca, que representa um retorno às suas origens e reafirma sua ligação com a cultura periférica. O disco reúne participações especiais de nomes como Vitão, Gica, Pablo Bispo e LH Emici, além de uma musicalidade que incorpora com naturalidade as diferentes influências que o artista vem explorando desde seu primeiro EP, 100 Neurose, de 2020.

Mais do que uma mistura de estilos, o álbum é uma celebração da potência periférica e da autenticidade, que não abre mão das raízes nem da inovação. Lukinhas afirma: “Minha comunidade é a minha maior bandeira”, e essa bandeira é erguida com muito afeto e verdade em cada faixa.

Liberdade criativa e conexão com o público

Ser um artista versátil tem seus desafios, especialmente quando se busca atingir públicos diferentes e fugir das caixas tradicionais da indústria musical. No entanto, Lukinhas vê essa multiplicidade como uma vantagem: “Artistas plurais estão sempre atualizados”, revela. Ele não se prende a um único gênero e pretende expandir ainda mais seu universo sonoro, prometendo mostrar em breve seu lado mais R&B.

Entre batidas eletrônicas e instrumentos tradicionais como o cavaquinho, Lukinhas canta sobre amor, dor, memória e desejo, sempre com uma honestidade que toca diferentes públicos. Sua autenticidade já conquistou mais de 205 milhões de streams nas plataformas digitais e o levou a palcos importantes, como o Espaço Favela no Rock in Rio 2024, consolidando sua presença na cena musical brasileira.

Com parcerias que incluem Ludmilla, Pabllo Vittar, Emicida, Rashid e Gloria Groove, Lukinhas reafirma seu compromisso com a diversidade e a representatividade, construindo pontes entre ritmos, gerações e identidades. Seu mais recente single, “Menor Sonhador”, com Xande de Pilares, simboliza essa conexão entre passado e presente, sonho e realidade, reafirmando que sua arte é, acima de tudo, uma expressão potente da cultura periférica e LGBTQIA+.

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