Estratégia europeia para 2026-2030 ignora evidências e reforça estigmas contra pessoas LGBT+
A União Europeia lançou recentemente uma consulta pública para fundamentar sua estratégia LGBT para o período de 2026 a 2030. À primeira vista, parecia uma iniciativa democrática para ouvir a população sobre direitos e desafios da comunidade LGBTQIA+. No entanto, a realidade é outra: a consulta parte do pressuposto inquestionável de que pessoas LGBT+ enfrentam desigualdades, buscando apenas confirmar essa narrativa.
Esse método circular, onde se busca provas apenas para reforçar uma ideia pré-definida, revela um viés ideológico que fragiliza a própria legitimidade da consulta. Em vez de abrir um diálogo honesto com todas as vozes, a Comissão Europeia convida a comunidade LGBT+ a comprovar sua suposta discriminação, dificultando a apresentação de visões contrárias por medo de retaliações, como já ocorreu com ativistas e acadêmicos.
Além da retórica: os desafios reais da saúde LGBT+
É importante lembrar que a sigla LGBTIQ não representa uma comunidade homogênea, mas um conjunto de identidades com experiências e necessidades diversas. Ao transformar a estratégia em uma ferramenta para normalizar essas identidades, o que se perde é a complexidade e a pluralidade de cada história.
Dados reais de saúde pública mostram que, paradoxalmente, pessoas LGBT+ enfrentam maiores riscos e piora na qualidade de vida. Estudos internacionais indicam que mulheres bissexuais e lésbicas vivem significativamente menos que mulheres heterossexuais, enquanto homens gays e transgêneros apresentam maior incidência de doenças crônicas e maior risco de mortalidade precoce.
Esses indicadores não podem ser simplificados a meras consequências da discriminação legal, como a Comissão Europeia parece sugerir. Eles refletem desafios profundos ligados a questões sociais, psicológicas e biológicas, que demandam políticas públicas sensíveis e fundamentadas em evidências reais, e não apenas em agendas ideológicas.
O caminho para uma política LGBT+ mais inclusiva e verdadeira
Para a população LGBTQIA+ do Brasil e do mundo, esse debate é fundamental. Precisamos de estratégias que respeitem a diversidade de experiências e que promovam saúde, bem-estar e dignidade sem impor uma visão única ou silenciar críticas legítimas.
A verdadeira inclusão requer escuta ativa, respeito às múltiplas identidades e atenção às vulnerabilidades específicas, sem transformar a política em um instrumento de imposição cultural ou ideológica. Somente assim conseguiremos construir um futuro onde os direitos LGBT+ sejam garantidos com responsabilidade, empatia e verdade.