Rejeição de autoridades locais evidencia o desafio dos direitos LGBT+ em Tepatitlán, Jalisco
Em Tepatitlán, Jalisco, a luta pela garantia dos direitos da população LGBT+ segue enfrentando barreiras, mesmo em 2025. Recentemente, a proposta do Protocolo Interno de Atenção à população LGBTTTIQA+, que visa assegurar um atendimento digno e respeitoso nas instituições públicas, foi alvo de ataques homofóbicos por parte de autoridades locais.
Durante uma mesa de trabalho realizada na Prefeitura no dia 14 de maio, a regidora do PRI, Patricia Villalobos Navarro, e a coordenadora de Direitos Humanos vinculada ao PAN, Irma Yolanda García Gómez, manifestaram-se contra o protocolo. De acordo com relatos do coletivo Mulheres, Resistência e Democracia, essas funcionárias qualificaram a população LGBT+ como “o pior que há em Tepatitlán”, uma fala que revela o preconceito enraizado mesmo em setores que deveriam proteger os direitos humanos.
Reação da comunidade e mobilização
Diante do discurso excludente, o coletivo feminista reforçou a importância de resistir e avançar na conquista dos direitos da diversidade sexual. Em comunicado, ressaltam que “nossos direitos e dignidade não se negociam” e convocam a comunidade a unir forças para enfrentar esse retrocesso. Uma reunião foi marcada para o dia 16 de maio na Sala de Regidores da Prefeitura, com o objetivo de dialogar sobre a proposta e articular estratégias coletivas para sua defesa.
A iniciativa do protocolo é liderada pela regidora do Movimento Cidadão, Lupita Reynoso, que tem trabalhado incansavelmente para construir um instrumento que assegure proteção e respeito à população LGBTTTIQA+ nas políticas públicas locais. Porém, a rejeição por parte de autoridades do PRI e PAN demonstra que a luta por direitos iguais ainda encontra resistência no cenário político municipal.
O desafio da inclusão em Tepatitlán
Esse episódio evidencia a urgência da implementação de protocolos institucionais que garantam atendimento humanizado e livre de discriminação para as pessoas LGBT+. A rejeição homofóbica institucional não apenas fragiliza a efetividade das políticas públicas, mas também coloca em risco a integridade e a dignidade da comunidade.
Em tempos em que a diversidade deveria ser celebrada, a realidade em Tepatitlán mostra que as batalhas por reconhecimento e respeito continuam sendo travadas. A visibilidade e a mobilização da sociedade civil são essenciais para transformar essa realidade e construir uma cidade que acolha todas as suas identidades.
Para a comunidade LGBTQIA+ do município e seus aliados, a mensagem é clara: o silêncio não será mais uma opção. A resistência e a organização coletiva são ferramentas fundamentais para garantir que os direitos conquistados não sejam usurpados por discursos e práticas homofóbicas.
O debate em Tepatitlán é um chamado para todas as pessoas que acreditam numa sociedade justa e igualitária. O reconhecimento e a proteção da população LGBT+ são passos indispensáveis para a construção de um futuro onde a diversidade seja sinônimo de respeito e inclusão.