Discurso da vencedora da 8ª temporada causa debate entre fãs e queens fora dos EUA
Bob the Drag Queen, campeã da 8ª temporada de RuPaul’s Drag Race, está no centro de uma intensa polêmica que se espalhou pelo universo Drag Race ao redor do mundo. A controvérsia começou após Bob expressar opiniões fortes e negativas sobre as versões internacionais do formato, como Global All Stars e Versus the World, que reúnem queens de diversas franquias fora dos Estados Unidos.
O início da controvérsia
Durante um episódio do podcast Sibling Rivalry em 15 de maio, Bob e sua coapresentadora Naomi Smalls comentaram a estreia da 10ª temporada de All Stars, destacando o tamanho do elenco como um possível problema para a sustentabilidade do formato. Bob levantou a preocupação de que, com tantos concursos e versões internacionais, o pool de queens disponíveis para competir poderia se esgotar rapidamente.
A discussão deslanchou quando Bob aconselhou que as queens recusassem convites para participar das temporadas internacionais, especialmente de Versus the World. “Eu nunca aceitaria”, afirmou Bob, enfatizando que as queens deveriam negar essas oportunidades para que elas deixassem de ser oferecidas. A fala, naturalmente, não caiu bem entre fãs e queens dessas versões internacionais, que enxergaram a declaração como um desrespeito às suas conquistas e à diversidade do universo Drag Race.
Reação dos fãs e queens internacionais
O clipe viralizou nas redes sociais, gerando um debate global. Muitos fãs argumentaram que as versões internacionais são fundamentais para dar visibilidade a artistas de diferentes culturas e estilos, especialmente de países que não falam inglês, citando queens como Marina Summers e Nehellenia, esta última participante e finalista de Global All Stars.
Nehellenia entrou na discussão com uma resposta contundente, ressaltando que esses shows oferecem oportunidades únicas e promovem a união artística e cultural entre queens de diversas origens. “Tentar fazer o que fazemos em um idioma que não dominamos perfeitamente é um desafio enorme”, afirmou. Ela questionou por que alguém desejaria diminuir o valor desses programas que celebram a arte drag de forma tão inclusiva.
Bob responde às críticas e defende sua opinião
Em uma série de posts no X (antigo Twitter), Bob respondeu às acusações de xenofobia, afirmando que sua posição foi mal interpretada. Ela disse que simplesmente não gosta do formato dessas temporadas internacionais e que suas críticas não têm relação com preconceito contra queens de outros países. Bob também desafiou seguidores a provarem que ela teria dito especificamente que nenhuma queen americana deveria participar, o que ela negou ter afirmado.
Além disso, a vencedora de All Stars 9, Angeria Paris VanMicheals, comentou que ela mesma aceitaria participar de versões internacionais para experimentar novas experiências e competir com queens de diferentes culturas, mostrando que há diversidade de opiniões dentro da comunidade.
O impacto para a comunidade Drag Race LGBTQIA+
Essa discussão expõe as tensões que surgem quando um fenômeno global, como o Drag Race, se expande para além dos Estados Unidos, criando novos espaços para artistas de todo o mundo brilharem. Para a comunidade LGBTQIA+ que acompanha e se inspira nessas queens, é fundamental valorizar a representatividade e as múltiplas vozes que enriquecem a arte drag.
O debate entre Bob the Drag Queen e as queens e fãs internacionais destaca a importância de reconhecer e apoiar a diversidade cultural, artística e linguística dentro do cenário drag, celebrando as diferenças que tornam essa comunidade tão vibrante e global.
Enquanto isso, RuPaul’s Drag Race Global All Stars continua disponível na Paramount+, oferecendo uma plataforma para queens internacionais mostrarem seu talento e ampliando a visibilidade global da arte drag.
