Queens falam sobre superação, aceitação corporal e o poder da comunidade drag LGBTQIA+
Em meio ao brilho e à competitividade de Drag Race All Stars 10, as queens Deja Skye e Phoenix abriram o coração em uma conversa emocionante sobre suas trajetórias, os desafios da exposição pública e a complexa relação com o fandom da franquia.
Transformação e representatividade além do palco
Deja Skye, que participou da 14ª temporada original, viu na décima edição de All Stars a oportunidade perfeita para compartilhar sua verdadeira história, que até então havia permanecido pouco explorada. Ela revela que seu objetivo era mostrar uma transformação autêntica, não apenas visual, mas também pessoal, trazendo à tona temas profundos e universais, como a luta contra a depressão e a busca por autoaceitação.
“Houve momentos em que pensei até em desistir da vida por conta da dor e da sensação de solidão. Estar sozinha em casa, me afundando na tristeza, foi muito difícil”, confessou Deja, ressaltando como o programa serviu de plataforma para inspirar pessoas que enfrentam batalhas semelhantes.
O poder da reinvenção e da coragem de Phoenix
Já Phoenix, veterana da terceira temporada, aproveitou o retorno para se reinventar e mostrar uma estética única que mistura o estilo clássico do sul dos Estados Unidos com uma pegada contemporânea e ousada. Ela também usou a visibilidade para compartilhar histórias pessoais, como a perda da irmã, que a conectou com fãs ao redor do mundo.
“Recebi mensagens lindas e também muito dolorosas de pessoas que se identificaram com a minha história. Isso me fez perceber o impacto que a nossa arte pode ter na vida real”, destacou Phoenix.
Entre o amor e a toxicidade: os desafios do fandom
Apesar do carinho e da admiração, ambas as queens enfrentaram momentos difíceis com comentários tóxicos sobre seus corpos e aparências, uma realidade cruel que ainda persiste dentro da comunidade online.
Deja compartilhou que, paradoxalmente, seu maior desconforto com a imagem corporal surgiu após a perda de peso, quando passou a ser alvo de críticas que nunca havia enfrentado antes. “Meu corpo e minha arte deveriam me fazer sentir poderosa e feliz, não pendurar meu valor na opinião alheia.”
Phoenix concordou, lembrando que realizou procedimentos estéticos para se sentir melhor consigo mesma — e que a opinião negativa de outras pessoas jamais deveria afetar o amor próprio de ninguém.
Drag como resistência e celebração LGBTQIA+
Ambas reforçaram que, apesar dos percalços, o drag continua sendo uma forma de expressão vital, um ato político e cultural que fortalece a comunidade LGBTQIA+. Phoenix celebrou o legado da arte drag e o papel da franquia em dar voz e visibilidade a tantas pessoas ao redor do mundo.
“Eu poderia parar de fazer drag hoje e ainda assim seria fã, porque o que essa arte representa para nossa história e resistência é incomparável”, declarou.
Essa conversa poderosa nos lembra como a representatividade, o apoio mútuo e o respeito são essenciais para transformar o fandom em um espaço de acolhimento e celebração. Deja Skye e Phoenix demonstram que, por trás das maquiagens e performances, há histórias humanas de superação, coragem e autenticidade que inspiram e fortalecem toda a comunidade LGBTQIA+.