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Exposição revela a luta da comunidade LGBTQIA+ na ditadura brasileira

A mostra 'Vidas Dissidentes' traz à tona a história de resistência e repressão
Exposição revela a luta da comunidade LGBTQIA+ na ditadura brasileira

A mostra ‘Vidas Dissidentes’ traz à tona a história de resistência e repressão

Neste sábado, 7 de junho de 2025, o Memorial da Resistência de São Paulo abre suas portas para a exposição virtual “Vidas Dissidentes em Ditadura – Repressão, Imaginário Social e Cotidiano”, uma iniciativa que promete iluminar as sombras da história da comunidade LGBTQIA+ durante a ditadura civil-militar brasileira, que se estendeu de 1964 a 1985.

Realizada pelo Instituto Vladimir Herzog, em parceria com o Acervo Bajubá e o Arquivo Lésbico Brasileiro, a mostra não apenas documenta a perseguição a pessoas LGBTQIA+ nesse período sombrio, mas também destaca as violências que continuam a ser enfrentadas até os dias de hoje. Através de relatos de sobreviventes, a exposição oferece um olhar profundo sobre as experiências de vida e resistência de uma comunidade que sempre lutou por espaço e voz.

Um tributo à resistência e à memória

Além da exposição, um podcast complementa a experiência, trazendo discussões sobre como a militância encontrou formas de resistir à opressão e às normas heteronormativas que tentaram silenciar suas existências. Com quatro episódios já disponíveis, o podcast é uma extensão do esforço para recontar a história, permitindo que mais pessoas tenham acesso a essas narrativas tão importantes.

A exposição funciona como uma ponte para a documentação da Comissão Nacional da Verdade (CNV), permitindo que os visitantes compreendam a magnitude do que ocorreu e como a luta por direitos continua a exigir resistência e coragem. Os depoimentos de vítimas são fundamentais para reconstruir uma memória coletiva que foi historicamente invisibilizada.

A luta por visibilidade e dignidade

A coordenadora executiva do Instituto Vladimir Herzog, Lorrane Rodrigues, enfatiza a importância desses testemunhos. “Cada relato é uma peça essencial para entender a totalidade da opressão e resistência”, comenta. Ela ressalta que, mesmo diante do medo e do silêncio, muitos dissidentes de gênero e sexual estão encontrando coragem para compartilhar suas histórias, ajudando a criar uma memória coletiva que desafia a opressão.

Uma das questões centrais abordadas na exposição é a rotulagem e a patologização das identidades de gênero e orientações sexuais que não se conformam às normas tradicionais. Essa distorção, muitas vezes reforçada por discursos médicos, justifica as violências e a marginalização que a comunidade enfrenta.

Desafios e superações

O evento também destaca os desafios que a comunidade LGBTQIA+ ainda enfrenta hoje. A falta de reconhecimento da violência de Estado contra essas pessoas e a dificuldade de acesso a arquivos e informações são obstáculos que persistem. “Os arquivos são instituições de poder que muitas vezes escolhem o que mostrar e o que omitir”, afirma Lorrane, apontando a necessidade de maior transparência e apoio para iniciativas que buscam visibilizar essa história.

Apesar das adversidades, a resistência da comunidade LGBTQIA+ é um testemunho de amor e luta. A coordenadora compartilha uma imagem que a impactou profundamente: uma fotografia de travestis e trans dançando e sorrindo em meio à repressão. “Essa imagem fala de vida, de esperança, mesmo em tempos sombrios”, reflete.

Serviço

A exposição “Vidas Dissidentes em Ditadura – Repressão, Imaginário Social e Cotidiano” estará aberta ao público no Memorial da Resistência de São Paulo, localizado no Largo General Osório, 66, Santa Ifigênia, São Paulo, das 14h às 17h. Esta é uma oportunidade imperdível para todos que desejam conhecer mais sobre a luta e a história da comunidade LGBTQIA+ no Brasil.

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