Serviço da Coordenadoria LGBT oferece apoio essencial para saúde mental e acolhimento
A Coordenadoria de Promoção à Cidadania LGBT de João Pessoa tem se destacado por seu trabalho essencial na promoção da saúde mental da comunidade LGBTQIA+. Com uma equipe dedicada, o serviço de atenção psicológica tem sido um porto seguro para muitos que buscam apoio em momentos desafiadores.
O atendimento, que respeita a individualidade de cada pessoa, é um dos mais procurados na Coordenadoria, com até quatro atendimentos diários. Um exemplo inspirador é a DJ trans Jully Amundsen, que encontrou nas sessões terapêuticas um caminho para seu autoconhecimento e aceitação.
Jully compartilha sua experiência: “O acompanhamento psicológico foi fundamental para me libertar de traumas do passado e me reconhecer como a pessoa que sou hoje. Isso me ajudou muito na minha autoaceitação enquanto pessoa trans.” Sua história reflete a realidade de muitos que enfrentam preconceito e desafios familiares, onde a falta de apoio pode ser esmagadora.
Em uma sociedade que muitas vezes marginaliza a diversidade, a Coordenadoria LGBT se esforça para proporcionar um ambiente acolhedor e livre de julgamentos. Isso é especialmente importante, pois muitos profissionais não estão preparados para lidar com as particularidades da população LGBTQIA+, e a Coordenadoria se destaca por oferecer um atendimento especializado.
A equipe, liderada pela psicóloga Thamara Bernardino, é composta por outros dois profissionais e cinco estagiários da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Uninassau. Thamara explica que, além das questões comuns a qualquer grupo, as pessoas LGBTQIA+ enfrentam desafios adicionais relacionados à exclusão, preconceito e violência, que podem impactar profundamente sua saúde mental.
O espaço oferecido pela Coordenadoria é um refúgio seguro onde as pessoas podem se expressar livremente, explorar suas vivências e fortalecer sua autoestima. As demandas variam, muitas vezes ligadas a rejeições familiares, sociais ou religiosas, além de questões de identidade de gênero e orientação sexual.
“Recebemos casos de ansiedade, depressão, automutilação e até ideação suicida, além de relatos de violência psicológica e física”, detalha Thamara. Contudo, ela também ressalta que muitos buscam o serviço para se conhecerem melhor e construir relações mais saudáveis, mostrando que o acolhimento psicológico é crucial em qualquer fase da vida.
O psicólogo Ayrton de Queiroz, parte da equipe, explica que sua decisão de trabalhar na Coordenadoria estava ligada ao desejo de ajudar a população LGBTQIA+. “Como profissional e pessoa LGBT, queria estar aqui para contribuir com o cuidado dessa comunidade. O adoecimento mental muitas vezes é resultado das violências e preconceitos que enfrentamos”, afirma.
A Coordenadoria de Promoção à Cidadania LGBT de João Pessoa é, portanto, uma luz de esperança e acolhimento em meio a um mundo repleto de desafios. Com um trabalho que valoriza a individualidade e a dignidade de cada um, este serviço não apenas transforma vidas, mas também reafirma a importância da saúde mental para a comunidade LGBTQIA+.
