Clube sofre pesada punição por manifestações discriminatórias e arremesso de objetos em clássico contra Corinthians
O Palmeiras recebeu uma multa de R$220 mil após os episódios lamentáveis ocorridos durante o clássico contra o Corinthians, disputado na Arena Barueri pelo Campeonato Brasileiro. A punição foi aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) devido a cantos homofóbicos entoados pela torcida alviverde e pelo arremesso de objetos no gramado, entre eles copos, chinelos e até cabeças de galinha.
Essa decisão reforça a necessidade urgente de combater efetivamente o preconceito nos estádios e garantir um ambiente seguro e respeitoso para todas as torcidas e atletas. A homofobia no futebol não pode ser tolerada, especialmente em um país tão diverso e plural como o Brasil, onde a comunidade LGBTQIA+ luta diariamente por reconhecimento e respeito.
Gravidade e reincidência
O vice-presidente do STJD, Rafael Bozzano, responsável pelo caso, destacou a gravidade dos episódios e a reincidência da torcida do Palmeiras em atitudes discriminatórias. Ele citou como parâmetro outras punições já aplicadas em clássicos anteriores, enfatizando a importância da coerência nas sanções. “É extremamente grave e há reincidência específica. A aplicação das penalidades previstas é necessária para inibir essas condutas”, afirmou.
A multa de R$220 mil foi dividida entre R$160 mil pelos objetos arremessados e R$80 mil pelos cânticos homofóbicos direcionados ao atacante Romero, do Corinthians. A presidente do STJD, Adriene Hassen, ressaltou que, na sua avaliação, a punição ideal incluiria também a perda do mando de campo por parte do Palmeiras, dada a gravidade do conteúdo discriminatório.
Impacto e reflexões
O árbitro da partida relatou que os cantos homofóbicos foram constatados apenas após o jogo, através da imprensa, o que evidencia uma falha na comunicação e fiscalização durante o evento. A torcida do Palmeiras era a única presente no estádio, o que torna ainda mais evidente a responsabilidade do clube em promover ações educativas e preventivas.
Essa multa representa um marco na luta contra o preconceito no futebol brasileiro, especialmente para a comunidade LGBTQIA+, que vê no esporte um espaço de expressão cultural e social. O futebol pode e deve ser um ambiente de inclusão, onde a diversidade seja celebrada e respeitada, longe de qualquer tipo de discriminação.
O Palmeiras ainda pode recorrer da decisão no Pleno do STJD, mas o episódio serve como um alerta para todos os clubes e torcidas. É fundamental que a paixão pelo futebol não se torne justificativa para discursos de ódio ou atos violentos que ferem a dignidade humana.
O combate à homofobia nos estádios é uma responsabilidade coletiva e uma luta de todos nós. Que esse episódio inspire mudanças reais e duradouras, tornando o futebol brasileiro um palco de respeito, diversidade e amor genuíno pelo esporte.