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“Sou o primeiro ator formado pela EAD a participar de um reality show”, diz Igor Cotrim

Na véspera de ser enclausurado na "Fazenda", reality show da Record que começou ontem sua segunda edição, o ator Igor Cotrim concedeu uma entrevista a reportagem do A Capa, presente na première do filme "Elvis e Madonna", realizada no Festival Mix Brasil de Cinema.

O longa conta a história da travesti Madonna (Igor Cotrim), cabeleireira que sonha em estrelar um grande espetáculo e que inicia uma relação amorosa com a fotografa lésbica Elvis, interpretada pela atriz Simone Spoladore.

À reportagem Igor revelou que para interpretar a travesti recebeu preparação do ex-Dzi Croquetes Bayard Toneli. "Ele era o meu torturador corporal", disse o ator. Cotrim também conta como aprendeu a dançar e caminhar com saltos altos, que foi ao bairro da Lapa observar as travestis e que acredita que o filme será muito bem recebido pelo público.

E como não poderia faltar, Igor também fala a respeito da sua participação na segunda edição de "A Fazenda", onde artistas são enclausurados e submetidos a inúmeras provas. "Sou o primeiro ator formado pela EAD a participar de um reality show", diverte-se o ator. Confira o papo na íntegra a seguir.

Como foi a preparação do personagem?
Eu fiz um trabalho com o Bayard Toneli do Dzi Croquetes, ele fez a parte de preparação corporal, ele era o meu torturador corporal com a questão de andar, colocaram as unhas fixas nos meus dedos pra eu trabalhar a leveza da mão.  Para você ter uma ideia ele ajoelhava na minha caixa torácica para afinar as costelas flutuantes da cintura. Foram dois meses de trabalho. Também fiz um trabalho de respeito ao personagem, pois o meu personagem não é “Transamérica”, que quer cortar o pau, a minha personagem é total flex, ela pega homem, pega mulher, tanto é que ela brinca, “a Betty faria”. O Marcelo (Laffite, diretor do filme) me deu liberdade para colocar algumas coisas da Madonna, como “who’s that girl?”, brincar com o Elvis. Tivemos um problema: o dinheiro da produção do filme acabou e nós levamos sete meses para terminar o filme.

Como surgiu o convite?
A minha mullher estava procurando, ela trabalha em uma agência, uma travesti de verdade para fazer o filme. Quando fiquei sabendo disso eu fiquei louco. Aí o Bayard me apresentou o Marcelo e eu cantei a minha musica, que aparece no final do filme, aí eu fui fazer o teste. Me depilei inteiro para o teste e aí consegui o personagem. É a minha estreia no cinema e eu também canto no filme. Tem duas músicas minhas. Canto a do meio “A minha alma de mulher” que é uma brincadeira com os nomes dos curtas-metragens do Marcelo.

Como foi usar o salto alto?
O problema foi me darem o salto alto da dança no dia, na hora que saí pela saída de emergência eu cai da escada e quase quebrei a minha perna em três lugares, foi horrível. Mas tinha várias pessoas na frente para me salvar, um povo se beijando e dançando e eu consegui disfarçar bem e porra, foi uma experiência muito louca.

E os trejeitos e as gírias?
Eu fui ao Cabaré Casablanca na Lapa e fiquei observando as travestis… Mas, não adianta. Eu tive que fazer aquela coisa bem clichê: tive que achar a minha travesti  e ela tem uma viagem maluca de que quer fazer o show e isso é o diferencial dela, com isso coloquei coisas malucas… Eu busquei  deixá-la o mais próximo do real possível. Apesar de ter cenas onde eu pareço o homem elefante, tem umas horas que estou chorando  e a minha cara fica horrorosa , mas é bom por que pelo menos é real. Tem horas que estou bonitinho, mas tem momentos que eu estou horroroso, o que é normal, agora a Simone (Spoladore) não, ela é bonita o tempo inteiro.

Acredita que o público vai aceitar bem o filme?
Vai. Uma pessoa que assistiu no teste de platéia na Paraíba disse ao Marcelo o seguinte: “olha depois dos dez minutos de filme eu caguei se é uma travesti , eu vi uma história de amor”.

Você fez EAD?
Eu sou o primeiro aluno da EAD (Escola de Artes Dramáticas da USP) a participar de um reality show, que merda neh?!  Desculpe-me o Alfredo Mesquita (fundador da Escola de Arte Dramática).

Mas como surgiu o convite para “A Fazenda”?
Eu fazia a novela “Chamas da Vida” no mesmo núcleo do Dado Dolabela e eles nem me deixaram morrer, o meu contrato acabou e eles contrataram um dublê pra morrer no meu lugar.  Eu fiquei muito triste com isso, mas quando me ligaram me convidando pra fazer a fazenda eu comecei a rir. É verdade isso? Sim, vamos dar mais uma chance a Record, por que a Rede Record sempre RECORDa de você.

Serviço:
Festival MixBrasil
Elvis e Madonna
CineSesc – 21/11 às 15h30
Rua Augusta, 2075 

*Colaborou William Magalhães.

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