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Advogado diz que gay agredido em SP está se fazendo de “coitadinho”; vítima faz vídeo de defesa

Diego Mosca Lorena de Souza e Bruno Paulossi Portieri, a dupla de agressores do estudante de Direito André Baliera, foram transferidos da carceragem do 91º DP de São Paulo para o Centro de Detenção Provisória de Osasco. Os dois foram indiciados por tentativa de homicídio.

Além disso, a Secretaria da Justiça e Cidadania de São Paulo informou que também irá processar os acusados, com base na lei paulista anti-homofobia. Portieri e Souza serão processados na esfera administrativa e poderão ser condenados a pagar multa que varia de R$ R$ 18 mil a R$ 54 mil.

Joel Cordaro, o advogado dos acusados, disse que a agressão não teve nada a ver com homofobia. "Não tem absolutamente nada de homofobia. Não tem como saber a opção sexual (sic) de alguém que está atravessando a rua", disse Cordaro.

O advogado disse ainda que a vítima está se fazendo de "coitadinho". "No próprio depoimento da vitima, ele fala que depois que quebraram o fone de ouvido dele, ele quebrou o óculos de um dos meus clientes. Ele está dando versão de que não fez nada, que é coitadinho, mas se ele não quisesse brigar, ele teria virado as costas e ido embora. Ele quis arrumar confusão", declarou o advogado.

Cordaro entrou com um pedido de liberdade provisória e relaxamento de flagrante, já que os detidos são primários, têm residências fixas e trabalham. "Não estou falando que eles estão certos, eles agrediram sim. Mas não existe crime de homofobia", afirmou o advogado.

Resposta
André, em entrevista ao jornal "Estado de São Paulo", declarou que achou que fosse morrer quando começou a ser espancado. Após as afirmações do advogado dos agressores, o estudante postou um vídeo no YouTube contando sua versão da história e se defende.

"Diante de uma tentativa de homicídio, diante das mentiras que tenho lido a meu respeito pelo advogado do outro lado, diante da solidariedade das pessoas que entraram em contato comigo e em um sincero pedido de desculpas pela ausência nesses dias horrorosos que tenho vivido fiz esse vídeo pra conseguir atingir o maior número de pessoas e pedir justiça", disse o estudante de Direito.

Protesto
O projeto #EuSouGay está organizando um protesto no mesmo local da agressão no próximo sábado (8), às 15h, no cruzamento da avenida Henrique Schaumann com a rua Teodoro Sampaio.

O evento foi batizado de #Churrascão das Cabras, numa alusão ao texto homofóbico de JR Guzzo publicado pela revista Veja, que comparava os gays as cabras. Mais de 600 pessoas já confirmaram presença no Facebook.
 
"(…) nada se compara à dor de quem sofre na pele a violência da intolerância e do ódio. Um ódio que, vale lembrar, não nasce com ninguém. É um ódio ensinado, às vezes por uma pessoa próxima, às vezes por uma revista semanal… Portanto, vai aqui uma convocação geral para quem tem amor no coração: Gays, Lésbicas, Bisexuais, Transexuais, Heterosexuais, Pansexuais e CABRAsexuais, está na hora de fazer esse ódio de churrasquinho", diz a página do evento.

Abaixo você confere ao vídeo do André. 

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