Na sociedade que privilegia o espetáculo, o grotesco, uma imagem vale mais do que mil palavras. Mas até que ponto as mídias controlam o que gostaríamos de ler ou assistir? Quando tudo é mercadoria, torna-se difícil escolher entre o que é informação de qualidade ou mero sensacionalismo.
É fato que, hoje, não escolhemos e, sim, somos escolhidos. A tragédia com o voo da Air France me fez refletir sobre que tipo de informação queremos consumir. Os donos dos meios de comunicação sabem que esses acontecimentos vendem. E é aí que vem à tona o papel da subjetividade. Quando soubermos criar um filtro para selecionar o que é ou não é informação, poderemos enfim questionar o que é manipulado, fabricado, construído. Só nos resta torcer para que esse clima de pessimismo, muito influenciado pela atual crise econômica, não nos enlouqueça ainda mais…
O ibope das emissoras reflete a sociedade de hoje. Com as notícias da queda do avião, por exemplo, o número de televisores ligados aumentou e fez os índices da novela "Caminho das Índias" crescerem. A Globo comemora o fato e nós aqui só lamentamos…
Abaixo, auto-retrato do homem moderno? (pintura de Francis Bacon, que produziu imagens esteticamente grotescas).