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À espera do Hotel Chilli Pepper frequentadores saudosos relembram o fervo da sauna 269

Em maio de 2011, com o fechamento da sauna 269, a cena gay da capital paulista presenciou o fim de uma era. Considerada uma das melhores saunas de São Paulo, a 269 deixa saudades nos corações, corpos e mentes de seus ex-frequentadores.

A casa, que ficava na rua Bela Cintra, numa região apelidada de Baixo Augusta, contava com um funcionamento exemplar e eficiente, dispunha de funcionários bem treinados e uma ótima infraestrutura.

Por conta disso, a reportagem ouviu ex-frequentadores da 269 para que eles recordassem suas histórias enquanto aguardam pela chegada do novo empreendimento de Douglas Drummond, o “hotel para solteiros" Chilli Pepper.

HISTÓRIA
Inaugurada em março de 2007, a 269 mostrou-se um projeto ambicioso e lucrativo do empresário mineiro Douglas Drumond. O investimento inicial foi de R$ 500 mil.

Com 1.000 m² e funcionamento 24 horas, antes mesmo de sua abertura a sauna atraiu a atenção da mídia. Numa entrevista, Douglas declarou que a intenção era transformar o local em uma espécie de “Disneylândia do sexo”.

Por conta de sua eclética programação, como a noite dos chaveirinhos – destinado aos baixinhos – e dos ursos, a sauna teve uma trajetória de sucesso. Desfiles de marcas de roupas e os aniversários da sauna também sempre foram garantia de diversão e sexo, como não poderia deixar de ser.

No final de abril de 2011, a casa anunciou seu fechamento e promoveu uma “Virada Sexual”, que contou com 9 dias de festa para celebrar seus 4 anos de existência.

DESCOLADOS
Um dos grandes trunfos da 269 foi atrair um público que, antes de sua chegada, não era habitué desta cena ou nem sonhava em frequentar uma sauna antes. É o que afirma D.M.*, estudante de comunicação social. Sua primeira vez numa sauna foi na Labirintu’s, em um feriado de Carnaval.

“Fiquei muito curioso para conhecer a 269 depois que outro amigo meu foi e falou muito bem da casa e seus frequentadores. Então um dia depois do café da manhã, em uma sexta ensolarada decidi ir para lá”, conta.

Depois que descobriu a sauna, começou a frequenta-la. “Confesso que virei um habitué da casa. Sempre ia umas 2 vezes por mês e gostava de ir no meio da semana porque era mais vazio e tranquilo”.

Arquiteto e blogueiro por trás do extinto “Uomini”, Cristiano Lins conhece bem tanto os lugares destinados ao sexo entre homens quanto os códigos de funcionamento da paquera adulta.

“Antes, sauna era lugar de homens bem mais velhos, de caras casados e enrustidos, de michês e de uns poucos aventureiros”, opina.

Para ele, outro diferencial da 269 era a preocupação com a ambientação.  “Havia um sistema de iluminação incrível, um som ambiente bem bacana e uma quantidade enorme de quartos”, lembra Cris. No total eram 48 quartos onde os frequentadores podiam dormir ou fazer “privates parties”.

INSUBSTITUÍVEL
Como nossos entrevistados fazem coro ao afirmar que a 269 foi única e é insubstituível, eles aguardam ansiosamente a inauguração do que será o Hotel Chilli Pepper– um misto de hospedaria e sauna, que ficará localizado no centro de São Paulo, mais especificamente no Largo do Arouche.

"O Hotel será elegante, contemporâneo e antenado com o mundo das artes. Todos os acabamentos escolhidos são de primeiríssima qualidade e me custaram uma fortuna!", revela o empresário Drummond, que diz ter feito um investimento de R$ 2.800 milhões.

O projeto arquitetônico é de Fred Mafra e Sarita Tobias, com interferências do artista Romem Gouveia. Serão 3 andares com 124 quartos para solteiros e 3 suítes presidenciais distribuídos em 2.300 m². O espaço ainda vai contar com bar, ofurôs, sauna seca e à vapor e 3 piscinas, incluindo uma de inverno.

Ao que tudo indica, a previsão de abertura do Chilli Pepper é para o mês de abril. Vamos aguardar!

 

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