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A Guerra Cultural na Rússia: Como a Repressão ao Satanismo e à Comunidade LGBT Reflete a Nova Estratégia de Poder de Putin

A Guerra Cultural na Rússia: Como a Repressão ao Satanismo e à Comunidade LGBT Reflete a Nova Estratégia de Poder de Putin

A Guerra Cultural na Rússia: Como a Repressão ao Satanismo e à Comunidade LGBT Reflete a Nova Estratégia de Poder de Putin

Na Rússia de Vladimir Putin, a luta contra o que é considerado uma ameaça à moralidade nacional e à soberania do país se intensifica. Recentemente, Andrei Kartapolov, um influente membro do parlamento russo, declarou que o satanismo representa um “perigo direto à soberania da Rússia”. Essa afirmação surge em meio a uma crescente repressão às comunidades LGBT, que o governo acusa de conspirar contra os valores cristãos tradicionais. Kartapolov não hesitou em afirmar que as atividades de satanistas na Rússia são supostamente financiadas por forças ocidentais, ilustrando uma narrativa de guerra cultural que busca unir a população contra inimigos percebidos.

Durante uma reunião na Duma Estatal, que foi precedida por uma sessão de oração pedindo proteção divina, Kartapolov clamou por uma legislação que tratasse o satanismo com a mesma severidade aplicada à comunidade LGBT, que foi rotulada como “extremista” em 2023. Essa proposta levanta preocupações sobre a possibilidade de prisões arbitrárias, já que qualquer um poderia ser acusado de praticar satanismo sem evidências concretas.

As declarações de figuras proeminentes, como o ator e parlamentar Nikolai Burlyayev, que alegou a existência de “orgias satânicas” em Moscou, refletem um ambiente de medo e desinformação que permeia a sociedade russa. Além disso, Anna Shafran, apresentadora de um canal de TV ortodoxo, insinuou que serviços secretos ucranianos estariam se infiltrando em comunidades satânicas na Rússia, uma alegação sem provas que reforça a retórica de ameaça.

O Kremlin, que já se afastou da era soviética de ateísmo oficial, agora posiciona a luta contra o satanismo como uma batalha sagrada, associando-a à guerra na Ucrânia e aos valores LGBT que considera corrosivos. Essa mudança de narrativa revela uma estratégia para galvanizar apoio popular em um contexto de crescente isolamento internacional e desafios internos.

A ofensiva contra o satanismo, junto com a repressão às vozes LGBT, é parte de uma campanha mais ampla contra tudo que o governo considera ocidental, especialmente após a invasão da Ucrânia em 2022. A situação se torna ainda mais complexa ao se considerar a possível relação entre satanismo e a comunidade LGBT, conforme sugerido por altos membros da igreja russa. Essa nova abordagem pode ter implicações profundas para a liberdade de expressão e os direitos civis na Rússia, onde a repressão a qualquer forma de dissidência se torna cada vez mais comum.

Enquanto isso, a literatura e a cultura russa, como o famoso romance “O Mestre e Margarida” de Mikhail Bulgakov, que aborda a figura do diabo, podem estar sob ameaça de censura, refletindo uma preocupação com a liberdade cultural em um ambiente político cada vez mais hostil. Com a repressão se intensificando, a comunidade LGBT e seus aliados enfrentam um futuro incerto, em um país onde o debate sobre moralidade e identidade continua a ser um campo de batalha crucial.

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