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“A homossexualidade é contra a natureza”, diz presidente do Irã

Antes mesmo de pisar em solo brasileiro, o presidente homofóbico do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, já mostrou que sua visita ao país não é das mais agradáveis, pelo menos para a comunidade gay.

Em entrevista exclusiva ao jornalista William Waack, direto da capital Iraniana, Mahmoud contou sobre seus planos quanto ao Brasil e sobre sua ideologia contra a homossexualidade, que ele considera "o caminho errado, perverso" .

Segundo o presidente, o Brasil pode ajudar bastante o Irã em vários setores como agricultura, ciência, indústria, energia. "Os dois países podem trabalhar juntos para ajudar a desenvolver uma nova ordem internacional. Podemos afinar nossas visões, podemos ter um papel construtivo para fazer o mundo melhor. Brasil e Irã têm esse potencial", disse.

Quando questionado sobre os protestos que sua visita pode sofrer de grupos de direitos humanos, Ahmadinejad se mostrou bastante despreocupado e deu um dos poucos sorrisos durante toda a entrevista.

"Eu não espero que todas as pessoas do mundo concordem com minhas opiniões. As pessoas tem visões diferentes, mas pensamos que homossexualidade é contra a natureza. Penso que se a homossexualidade se expandir a humanidade vai deixar de existir. É o caminho errado, é perverso. Todas as profecias divinas condenam esse caminho. Isso vai causar uma série de doenças físicas e sociais".

O jornalista questiona, então, se a visão de Ahmadinejad será entendida no Brasil, país que tem a maior Parada Gay do Mundo. "Eu penso que as pessoas as quais o senhor está se referindo são, em todas as partes do mundo, uma minoria. Uma minoria absoluta, no Brasil especialmente. O Brasil tem 180 milhões de habitantes, pessoas que acreditam profundamente em justiça, em pureza, também acreditam em Deus fortemente", concluiu.

PROTESTOS
Mahmoud Ahmadinejad chegou hoje ao Brasil. O voo do presidente estava previsto para aterrisar na Base Áerea da capital às 10h30, mas se antecipou 30 minutos.  Acompanhado por uma comitiva de autoridades políticas e empresariais, Ahmadinejad segue uma agenda de compromissos durante todo o dia e tem partida marcada para terça-feira (24/11) pela manhã.

Um dia antes de sua chegada, no domingo (22/11), cerca de 300 pessoas, segundo a Guarda Municipal, participaram de um protesto, na orla de Ipanema, na Zona Sul do Rio, contra a visita do presidente do Irã.

Representantes das comunidades judaica, espírita, homossexual, vestidos de branco carregavam cartazes com os dizeres para que o presidente Lula não fizesse nenhum acordo com o governo do Irã.

No sábado (21/11), também pela manhã, um avião fez um sobrevoo na orla exibindo uma faixa com as cores da bandeira do Arco-Iris, pedia para que Ahmadinejad respeitasse os direitos humanos e não viesse ao país.

Esta é a primeira missão oficial de um chefe de estado iraniano ao país.

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