A inclusão de pronomes corretos no ambiente de trabalho é um tema vital para a comunidade LGBTQIA+, especialmente para pessoas que se identificam como trans e não-binárias. Muitas vezes, essas identidades são desconsideradas, levando a um ambiente hostil que pode afetar a saúde mental e a produtividade dos funcionários. O relato de Ashleigh-Rae Thomas, um escritor queer de Toronto, ilustra bem essa realidade. Ao começar um novo emprego, ele foi identificado como ‘ela’ em um e-mail corporativo, o que o deixou desconfortável, pois não se identificava mais com esse pronome. Essa situação é comum para muitos trabalhadores queer, que enfrentam desafios para se afirmarem em seus locais de trabalho.
Rissa Griffith, uma sous chef queer, compartilha uma experiência semelhante. Embora seu primeiro chefe tenha sido compreensivo e tentado respeitar seus pronomes, seu segundo chefe teve dificuldades em lembrar de tratá-lo pelo nome correto. Esse tipo de erro é prejudicial e pode levar a um ambiente de trabalho excludente. Para promover um ambiente inclusivo, é fundamental que as empresas implementem políticas que não apenas aceitem as identidades de gênero, mas que também as celebrem.
A diretora de diversidade e inclusão da Interac, Sophia Dhrolia, enfatiza a importância de ser transparente sobre os pronomes. Ao incluir seus pronomes na assinatura de e-mail e ao se apresentar em reuniões, ela ajuda a criar um espaço onde outros se sentem à vontade para fazer o mesmo. Além disso, a legislação, como o Código de Direitos Humanos de Ontário, protege as pessoas trans e não-conformes de gênero contra discriminação no local de trabalho, mas ainda há uma lacuna significativa na implementação de práticas inclusivas.
Jade Pichette, da Pride at Work Canada, ressalta que a inclusão de pessoas trans no ambiente de trabalho deve ser proativa e não reativa. As políticas devem ser estabelecidas antes que um funcionário se identifique como trans, garantindo um ambiente seguro e acolhedor para todos. Isso inclui não só o uso correto de pronomes, mas também suporte durante a transição, como tempo para cuidados de saúde afirmativos de gênero.
Criar uma cultura inclusiva exige mais do que apenas usar os pronomes corretos; é necessário cultivar um ambiente onde todos se sintam valorizados e respeitados. Isso pode ser alcançado por meio de diálogos abertos e da promoção de eventos que destaquem as vozes da comunidade LGBTQIA+. Em última análise, a empatia e o respeito são fundamentais para transformar locais de trabalho em espaços seguros para todos, independentemente de sua identidade de gênero.
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