O deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, irá levar para votação um projeto que permite a "cura gay", na próxima quarta (8).
Em entrevista à revista "Caros Amigos", o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse que considera o caso mais uma jogada do pastor para receber os holofotes da mídia e colocar o discurso homofóbico em evidência.
"Há muitos outros projetos para serem aprovados pela CMDH, ele colocou esse projeto lá porque ele traria o holofote de volta para ele, que é o que ele quer. É o País da piada pronta, um lugar onde o presidente da CMDH é um pastor racista e homofóbico que usa esse tipo discurso abjeto. Agora, o PT, o PMDB têm responsabilidade na formação dessa Comissão porque cederam vagas para que o PSC a ocupasse", diz Jean.
No entano, Wyllys afirmou não temer sobre o projeto. "Vai ser aprovado, mas de lá (da Comissão) esse projeto não vai pra lugar nenhum", se referindo às outras duas comissões pelo qual ele teria de passar.
O deputado federal comentou também que os discursos fundamentalistas religiosos proferidos pelos membros da CDHM, estão contribuindo para a disseminação da homofobia.
"Aquela Comissão serve de púlpito para um discurso homofóbico e fundamentalista, são irresponsáveis que comandam aquela Comissão. Na terça-feira (30/4), por exemplo, um jovem homossexual foi atropelado por uma van três vezes, simplesmente por ser homossexual. A irresponsabilidade desses deputados mata pessoas todos os dias", afirma Jean.
Wyllys ainda disse que mudou de estratégia para tentar combater Marco Feliciano e seus aliados.
"Nós não vamos mais tentar tirar o Feliciano de lá, o caminho é pensar em outas alternativas, a ação do movimento, como a Comissão Extraordinária de Direitos Humanos, a Frente Parlamentar e espaços legislativos alternativos, como a Subcomissão de Cultura, Direitos Humanos e Minorias".