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A Lei de Cotas e o Estatuto da Igualdade Racial são verdadeiras soluções para as minorias?

Dois projetos polêmicos reacenderam a discussão em torno do preconceito no Brasil. A Lei de Cotas e o Estatuto da Igualdade Racial pretendem, pelo menos em teoria, melhorar a vida de minorias étnicas que vêm sofrendo – é verdade – injustiças sociais através da adoção de cotas em universidades e instituições públicas e privadas. Vocês devem estar se perguntando: o que isso tem a ver com gays, lésbicas e transexuais? Eu vos digo: tudo. Assim como os negros e os indígenas, os homossexuais, desde tempos imemoráveis, temos sistematicamente sofrido com a intolerância por parte de governantes, da sociedade civil e da Igreja. Tolos os que acreditam que nosso caso é diferente. O que aconteceria se o presidente de uma grande corporação se declarasse homossexual? Um político teria o mesmo número de votos se fosse assumido? Pouco provável. A grande verdade é que nos acostumamos, ou melhor, nos resignamos diante do fato de que o status quo não nos aceita. A maior parte dos homossexuais não vive plenamente sua vida. Durante o dia, no horário comercial, se enclausuram no armário para poder conviver cordialmente com seus “pares” heterossexuais, em troca da inclusão no glorioso mundo capitalista. (Que fique bem claro: não estou incitando ninguém a pegar em armas e lutar contra a opressora sociedade judaico-cristã ocidental.) Negros e indígenas não têm acesso à educação de qualidade. É verdade. Mas quantos travestis, ainda na adolescência tiveram que mudar de escola, ou mesmo abandonar os estudos, por conta da hostilidade de seus “colegas” de classe? Negros e indígenas foram escravizados e, com o término desse temível sistema, permaneceram à margem das revoluções industrial e tecnológica, tendo que se submeterem aos subempregos. Correto novamente. E os milhares de homossexuais e judeus que morreram nas mãos de Hitler? E os considerados efeminados e – repito – travestis que vivem no submundo ou mesmo trabalhando em funções inferiores, sem quaisquer chances de chegar a cargos de liderança? Fica aqui a pergunta. Não merecemos também uma recompensa por tanto tempo de opressão, perseguições, genocídios e desrespeito aos nossos direitos?

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