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A mídia gosta do Bolsonaro

No começo era uma obrigação a mídia noticiar as opiniões violentas e homofóbicas do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), mas de uns tempos pra cá as incessantes notícias sobre o citado deputado já se tornaram fetichistas e tão homofóbicas e intolerantes quanto às opiniões do parlamentar.

A perguntar: Se o deputado fosse um racista declarado teria o mesmo destaque midiático de que usufrui hoje? Ou seja, a mesma imprensa que aponta o fato de o parlamentar se aproveitar do fator de que a homofobia não crime, também se utiliza do mesmo fator para alavancar ibope, construir uma polêmica e alavancar vendas. Parlamentar homofóbico e mídia conivente.

Quando realizei cobertura do VIII Seminário LGBT em Brasília pude constatar de perto tal fato. Os repórteres cercaram o parlamentar intolerante por cerca de trinta minutos. Ele era sorria e babava a cada clique fotográfico. E foram muitos. O pior foi constatar que muitos “jornalistas” ali presentes se ofendiam quando o deputado recebia perguntas mais violentas.

Moral da história: Jair Bolsonaro e a mídia hegemônica brasileira fazem parte do mesmo lado da moeda, do mesmo projeto de poder: conservador, liberal, heterosexista e normativo. Ou seja, pode-se se aproveitar de um sujeito homofóbico declarado e aproveitar as suas declarações sexistas para ganhar dinheiro sem pensar na reação que ela causa em jovens que passeiam pelas bancas de jornal e canais de televisão.  Tudo para manter a norma.

Felizmente hoje, terça-feira (07/06/11), caiu o ministro Tony Palocci e em seu lugar foi nomeada a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Num país que vive sob a barbárie sexista, é um avanço ter duas mulheres como as principais mandatárias. Se os machistas comemoraram com a suspensão do Kit Escola Sem Homofobia, hoje eles voltam a chorar e a rosnar, pois, agora terão de se submeter às duas mulheres. Resistência.
 

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