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“A mídia não dá espaço para os gays”, diz deputada Cida Diogo na Parada Gay do RJ

 A 15ª edição da Parada Gay do Rio de Janeiro reuniu inúmeros representantes da política. Na tenda Vip da Parada marcaram presença a deputada federal Cida Diogo (PT-RJ); o deputado federal eleito Jean Wyllys (PSOL-RJ); Eduardo Barboza, representante nacional do programa de DST Aids; o deputado estadual e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PT-RJ); e o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis (ASBGLT).

O prefeito Eduardo Paes e o governador Sergio Cabral não compareceram ao evento. Durante o discurso de abertura, Carlos Minc contou que o governador, pela primeira vez, não foi à Parada devido a uma operação que sofreu no joelho.

A equipe da reportagem de A Capa conversou rapidamente com a deputada federal Cida Diogo. A deputada declarou que "dificilmente o PLC 122 (projeto de lei que criminaliza a homofobia em todo o território nacional) será aprovado". Segundo a parlamentar, "o projeto só será aprovado se houver um movimento nacional". "Com isso conseguiremos criar uma opinião pública favorável", afirma.

A deputada também comentou a respeito do assassinato de Alexandre Ivo, 14, vítima de crime de ódio. "O assassinato do Ale é fruto de uma sociedade de que ainda tem ressentimento com os homossexuais. O assassinato desse menino (Alexandre Ivo) representa o limite da onde um crime de ódio pode chegar".

Cida Diogo disse ainda que a mídia tem medo de dar cobertura para esses casos. "Ela (a mídia) não tem segurança para lidar com o assunto e também teme que o público rejeite tais pautas (crimes de ódio contra homossexuais). É tudo puramente comercial". O ex-ministro Carlos Minc conversou rapidamente com a reportagem de A Capa e afirmou que todos os parlamentares que atuam contra os direitos homossexuais incentivam os crimes de ódio.

 "Todos aqueles deputados e senadores que atuam contra os direitos humanos e homossexuais têm culpa pelos crimes homofóbicos. Tenho a teoria de que eles, com os seus discursos, incentivam esses grupos [homofóbicos] a atacarem criminalmente os homossexuais". O ex-ministro deixou um recado. "Estou convencido de que mais cedo ou mais tarde os fundamentalistas serão derrotados. As ideias progressistas irão prevalecer".

Quem também discursou foi Claudio Nascimento, responsável pela Secretaria LGBT do governo do Estado do Rio de Janeiro. Em sua fala, Claudio lembrou o fato de que em 2003 tentaram tirar a Parada de Copacabana. "Queriam nos jogar para o Recreio dos Bandeirantes, mas nós lutamos e permanecemos aqui. Copacabana é nossa", declarou o militante, que ao fim de seu discurso pediu para que todos saíssem do armário.

Cerca de 250 mil de pessoas marcaram presença na Parada Gay do Rio de Janeiro, de acordo com a Polícia Militar. Já os organizadores estimam que mais de um milhão de pessoas passaram pelo evento.

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