O que é real? Esta pergunta ganhou grande contorno com o filme "Matrix (1999)", quando o personagem Neo tinha que escolher entre continuar a viver dentro da matriz e num mundo onde tudo não era o que parecia, ou adentrar o mundo real, cinza, decaído e com a raça humana quase extinta.
Sentimos o sabor da carne, ou ele foi imputado em nossa mente?
Em 2004 foi a vez do ótimo "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" acrescentar um pouco mais a questão da realidade, na verdade, perturbou: um grupo de cientistas possuia uma máquina que podia apagar as más lembranças, porém, estas estão sempre acompanhadas de coisas boas.Uma não vive sem a outra.
Viver com os fantasmas ou esvaziar a mente?
Agora temos a oportunidade de aprofundar ainda mais a questão da realidade e sonho com o excelente "A origem". Na história há um grupo de ladrões/invasores de sonhos. A trama gira em torno do grupo tendo que plantar uma ideia na cabeça de um sujeito, para que ele tome uma decisão que pode afetar a todos. Para tal, o grupo necessita ir até a terceira camada do subconsciente, onde só há emoção. Quem lá morre, por La fica.
As três obras giram em torno da velha questão da filosofia: quem somos? O que é real? De onde viemos? E os sonhos, por que algumas vezes eles parecem ser tão reais? Estes temas permeiam o cotidiano de todos. Quantas experiências vivemos e as guardamos em nosso inconsciente? E o que aconteceria se pudéssemos (re) encontrá-las? Mudá-las?
Os três filmes nos mostram que as experiências não são boas. Em "Matrix" o mundo continua nas cinzas, em "Brilho eterno…", as pessoas descobrem não ter como apagar os recalques… Sobre "A origem" o buraco é mais embaixo. Quantas pessoas que passam por nós, marcam e somem por N motivos? E como lidar com a lembrança muito boa do tal momento? E como esquecer quando o amado morre?
É impossível controlar as emoções e o passado. Eles emergem em nossa mente, nós arcamos com a dor, ou prazer…
O filme "A origem" pode ser considerado um ensaio freudiano a respeito da questão do sonho, mas imagine se Freud pudesse ter tido acesso aos sonhos de seus pacientes? Vive-los. O filme propõe isso, mas não na pele do pai da psicanálise…
No fundo todos nós desejamos ver os rostos em nossos sonhos, saber como começaram e não apenas surgir no meio da história e ser retirado do prazer no meio do auge. Claro também é que nós somos os criadores de nossos demônios, perturbações e não temos controle sobre eles. Convergimos.
Mas, o que é real? E os sonhos, construções oníricas?