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“A Parada será mais que um orçamento na prefeitura”, diz Alckmin em encontro LGBT

Com grande público, por volta de oitenta pessoas, aconteceu ontem (03/09) às 20h o lançamento do plano de governo LGBT de Geraldo Alckmin, que marcou presença no evento, elaborado por João Athaide e André Pomba. 

O candidato à prefeitura de São Paulo chegou por volta das 20h30 ao comitê central da candidatura, onde foi recebido com coro de "Alckmin, Alckmin" e muitos abraços. Alckimin era só sorrisos e abraços. Com a sua chegada, organizou-se a mesa de palestrantes ministrada por Wagner Pires, que apresentou todos da mesa e iniciou as falas.

Quem abriu o debate foi o Dr. Edio, ativista dos direitos humanos. Em sua fala discursou a respeito da criação da DECRADI (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) e sobre o avanço quando a delegacia deixou apenas de ser um órgão voltado para as questões raciais e abraçou os LGBT.

Em seguida foi a vez de Cássio Rodrigo, da CADS (Coordenadoria dos Assuntos da Diversidade Sexual), que falou sobre a importância da criação do órgão, e diretamente ao candidato sobre a necessidade de uma lei anti-homofobia no município de São Paulo. Disse ainda que "é uma honra para todos nós ter um candidato majoritário aqui". Para finalizar, ressaltou que a partir da CADS o movimento e a população LGBT atingiu outro patamar e que poderão conquistar mais coisas agora. "Seremos conhecidos não apenas por ter a maior Parada do mundo, mas por ter orgulho de viver em uma cidade que abriga a diversidade".

Isaias Santana, da Secretaria de Justiça do Governo Estadual, fez a fala mais contundente e política da noite, que em reduto tucano foi fortemente aplaudida. Em uma crítica direta aos adversários do PSDB disse que, "tem gente que fala muito, mas não faz nada. Nós tivemos ações concretas: DECRADI, Lei anti-homofobia no estado de São Paulo, os Centros de Referências e a CADS, isso tudo foi feito pelo PSDB. Quem quiser continuar isso tem que votar no Geraldo". Entre gritos e aplausos, André Pomba e João Athaíde falaram rapidamente sobre os eixos do programa que elaboraram para em seguida entregar a Alckmin o programa LGBT. Novamente uma chuva de aplausos e vozes tomaria conta do Comitê tucano. 

Por volta das 21h15,  o momento mais esperado da noite, a fala de Geraldo Alckmin. Claramente animado, disse "que encontro mais animado esse! Isso aqui é a cara de São Paulo. A diversidade é a cara da nossa cidade". Em seguida, Alckmin revelou aos presentes o que sentiu quando aprovou em 2001 a Lei Estadual nº 10.948/01 – que pune atos discriminatórios -, de autoria do deputado Renato Simões (PT- SP). "Um dia tive uma conversa com o meu pai sobre quais são os maiores valores e são eles: justiça e amor. Portanto, me sinto honrado de ter aprovado essa lei e de ter criado a DECRADI". 

Como não poderia deixar de ser, a Parada de São Paulo entrou em discussão. Alckmin falou que em sua gestão "a Parada vai ser mais que um orçamento dentro da prefeitura, pois essa é a cara de São Paulo: a diversidade, a miscigenação, os vários pontos de vista sobre religião e sexo. É por isso que São Paulo atrai o mundo, porque é progressista e temos que continuar a ser exemplo para o resto do Brasil. Por isso, a Parada será fortalecida, pois ela consolida o que queremos para a nossa cidade: a diversidade". 

O candidato falaria em seguida sobre as políticas públicas destinadas a certo nichos da sociedade. "Não queremos políticas públicas que segreguem, queremos para todos, respeitando as suas singularidades, mas sempre políticas públicas universais". O tucano retornaria ao assunto DECRADI, dizendo que em sua gestão, enquanto governador de São Paulo a delegacia prendeu "vários grupos homofóbicos, mapeamos e acabamos com eles". "Na prefeitura, vamos capacitar a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para que trate a população LGBT com respeito, vamos fazer novos avanços em legislação na cidade de São Paulo, vamos colocar a cidade na liderança", prometeu. 

Para finalizar, o candidato encerrou a sua fala a cerca da disputa municipal. "Para que nós possamos fazer tudo isso, temos duas etapas pela frente: o 1º turno, todo mundo tem que sair por aí pedindo votos e convencer o eleitorado. Aí depois vem o 2º turno, a nossa adversária está na frente, mas tem uma rejeição de 30%. Porém, eleição não se ganha facilmente", declarou. Para encerrar, sacramentou, "deixo aqui o meu compromisso com a comunidade LGBT".

Confira no álbum quem esteve no evento.

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