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A passividade brasileira

Sou um brasialinista. Adoro o Brasil e todos os seus códigos culturais, nunca saí do país (ainda), mas já rodei alguns cantos dele e é notório que vivemos num país pra lá de multicultural. Mas, há um fato irritante que está presente em quase toda a gente brasileira: a passividade frente a uma serie de merdas.

A começar pelo transporte público. Se não fossem os movimentos estudantis, talvez o aumento das tarifas ao redor do país sairia despercebido. Todo mundo chia baixinho, mas ninguém levanta a voz contra. Seguem reclamando e pior, votando para que o status quo continue no poder mantendo os serviços precários.

Pior do que o serviço público precário é ter de enfrentar serviços privados porcos. A começar pelos telemarketings que, além de uma forma de escravidão legalizada é também um dos tipos de serviços atuais mais desumanos, pois, não permite as pessoas terem horário de almoço, no máximo uma pausa de 15 minutos. É tudo muito claro. Mas continua assim. E cadê o ministério do Trabalho?

A passividade brasileira faz com que gente cara de pau saia todo ano candidato a algum cargo político. Por exemplo, Paulo Maluf e Collor. Ambos praticantes dos atos mais pérfidos em termos políticos. A passividade brasileira faz com que os legisladores caguem e andem para as necessidades das cidades e dos cidadãos. Faz com que surja partidos fisiológicos com a marca de Democracia Social.

O debate político no Congresso Nacional se dá isolado da sociedade por que esta também aborta qualquer esforço para participar, sendo assim, os congressistas atuam de maneira a cada vez mais aprofundar o caráter apolítico dos sujeitos. Temos raras exceções, claro. Mas que, frente a uma massa passiva, tornam-se invisíveis. Como coloquei no texto anterior, não apenas as gays não comemoram, mas boa parte do povo brasileiro também não comemora nada.

Comemoram sim, um show gratuito de algum artista popular. O festejo é fundamental para as ações transformadoras, mas o festejo apenas pelo motivo de embriagar aliena. E é isso que observamos no momento: um festejar sabe-se lá o que. O nada pelo nada. E assim, o transporte vai continuar uma porcaria e cobrando taxas absurdas que não são traduzidas em conforto ao usuário. Estabelecimentos privados vão continuar a discriminar e tratar feito lixo certos sujeitos, como se fosse um favor. Mas não é.

Tal faltando anarquismo nessa terra.

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