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“A pessoa tem o direito de ser tratada”, declara psicóloga Marisa Lobo sobre “cura gay”

Como o A Capa já tinha adiantado, aconteceu na tarde desta quinta-feira (28), na Comissão de Seguridade da Câmera, a audiência para discutir o projeto “cura gay”, de autoria do deputado João Campos (PSDB –GO), que visa alterar a resolução de 1/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe profissionais de propor tratamento de cura para homossexuais.

Em resposta ao tamanho absurdo do projeto, o CFP se negou a participar da audiência afirmando que a composição da mesa estava “pouco equilibrada”, já que os convidados pró-aprovação do projeto era em número maior aos contrários.

A psicóloga Marisa Lobo, uma das principais defensoras da “cura gay”, afirmou que é possível, sim, que um paciente mude sua orientação sexual se for seu desejo. "É muito fácil jogar a responsabilidade na religião, na sociedade e na família. Deixa a pessoa ter o direito de ser tratada", declarou.

A psicóloga foi ainda mais longe ao dizer que a retirada da homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID), em 1990, foi por votação, ou seja, sem caráter científico. "A ciência ainda não tem entendimento do que é a homossexualidade. Não tem pesquisa que se comprove que a homossexualidade é genética", disse.

Indignado com a fala da psicóloga Marisa Lobo, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou que “orientação sexual e identidade de gênero são coisas que não confundem". "Uma pessoa não pode se valer disso para querer curar uma pessoa por ser homossexual”, declarou.

Por fim, o parlamentar argumentou que, muitas vezes, o homossexual se sente acuado por viver em uma sociedade machista e homofóbica e isso faz com queira viver outra identidade sexual, que não a sua. “É óbvio que alguém homossexual vai ter egodistonia, mas por viver numa cultura homofóbica que rechaça e subalterniza sua homossexualidade. O certo seria colocar o ego em sintonia com seu desejo, é sair da vergonha para o orgulho”, afirmou Wyllys.

Com a mesma opinião, a deputada Erika Kokay (PT-DF) também criticou a audiência. "Não cabe estarmos fazendo essa discussão. Não cabe alimentarmos a homofobia e o ódio aqui”, declarou a parlamentar, que logo em seguida se retirou do plenário, assim como o deputado Jean Wyllys, em protesto a audiência.

Fazendo coro com o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), João Campos, o autor do projeto, afirmou que “discordar de militantes homossexuais é ser homofóbico”.

"Você pode discordar de todos nesse país, mas se discordar de militantes homossexuais você é homofóbico. Nós vivemos a democracia. É preciso que as pessoas respeitem as diferenças e os diferentes", declarou Campos, com a sessão já praticamente esvaziada.

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