Eu ligava na porcaria do GAY NO FONE todos os dias, mesmo sabendo que aquela não era a melhor forma de encontrar alguém. O pior era que tudo aquilo piorava minha auto-estima. E, claro, sobrava para o Léo. [Sabe que eu adoro essa parte em que parece que eu usei você?]
Mãezinha, por favor pare de chorar. Paizinho, você sempre soube que eu era viciado nos bate-papos por telefone. Eu ligava pra suprir minha carência, já que você não deixava eu ficar muito tempo no computador.
Um dia eu conheci o Jhonny, ele quis ficar comigo. [Por que eu não aceitei?] Tá, eu confesso… ele era feio, uma bichinha afetadíssima, uma poc-poc pobre. [Eu também era feio, mas a gente sempre espera encontrar algo melhor]
FATO: Poc-poc é uma bicha que fala alto e anda rebolando. Elas são o próprio estereótipo gay da TV.
Depois de dar um fora nele, achei que podíamos ser amigos. Começamos a sair de balada. Íamos pra Tunnel, Blue Space e Bubu. Pasmem, ele ficava e eu não. [Jhonny, por que você fazia questão de beijar o primeiro que aparecesse na minha frente? E por que você beijava e eu não?]
Comecei a sair sempre até que… Naquela sexta-feira eu não estava legal. [Vocês sabem o que é sair todo final de semana e voltar mais virgem do que foi? Esse também é um dos motivos pra eu me matar aos poucos]
_Jhonny, o que você está bebendo?
_Caipirinha [Odeio limão até hoje]
Quando terminei o copo já vi tudo rodando. Sentei, vomitei, chorei. [Jhonny, faça alguma coisa!] Ele ria sem parar. [Te odeio e ah! nunca mais vou ficar com você, se é que eu fiquei]
Despois disso não me lembro mais de nada. Acordei com as broncas da minha mãe.
Mãezinha, não chore. Eu só bebi um pouco. Paizinho, você já deve ter bebido, eu só preciso descansar um pouco.
Nunca mais o Jhonny me ligou. A partir de agora, eu precisaria de um novo amigo.