Um sound-system no cemitério, go-go boys nos atabaques, televisão no terreiro e uma drag queen compõem a narrativa de “A Tal Guerreira”, curta-metragem dirigido por Marcelo Caetano que trata das incorporações sagradas e profanas em torno do mito Clara Nunes, uma das intérpretes mais populares de samba e MPB cuja morte, em 1983, foi cercada de suspeitas místicas e religiosas.
Para traçar o seu painel sobre a cantora dos orixás, Marcelo Caetano acompanha um grupo de umbandistas de Sorocaba que, além de manter um templo colorido e tropicalista em homenagem à cantora, faz romarias anuais ao túmulo de Clara no Cemitério São João Batista, no Rio, para pedir curas e milagres.
Em paralelo, o curta acompanha uma travesti que toda noite incorpora a cantora em um clube gay. Vestida como Clara, Michelly mistura em seu show elementos da cultura urbana gay e das religiões afro-brasileiras.
“A Tal Guerreira” é a estréia de Marcelo Caetano na direção, que também assina a assistência de direção de “Filmefobia”, de Kiko Goifman (longa-metragem de ficção a ser lançado no Festival de Locarno este ano).
O curta será exibido no 19º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que será realizado de 21 a 29 de agosto. A primeira apresentação acontece no dia 22, às 16h, no Centro Cultural São Paulo (rua Vergueiro, 1000). Depois, o curta será exibido nos dias 24, às 17h, no Espaço Unibanco Bourbon (rua Turiassu, 2100 – 3º Piso) e no dia 25, às 20h, na Cinemateca – Sala Petrobrás (Lgo. Senador Raul Cardoso, 207).