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“A TV não precisa mostrar beijo gay”, diz ator Marco Pigossi

O ator paulistano Marco Pigossi, de 20 anos, que interpreta o homossexual Cássio na novela global "Caras e Bocas", disse em entrevista à revista QUEM que desde pequeno sempre foi muito bem resolvido com sua orientação sexual.

No folhetim, seu personagem é fissurado em moda e, mesmo morando em uma pensão, esbanja dinheiro com roupas de grife e acessórios. Definido pelo ator, Cássio é um "shopaholic", um refém desse vício. "Ele deixa de pagar a pensão para comprar roupa. Sou muito mais clássico que ele, prefiro camiseta lisa e jeans. Tenho a cabeça no lugar nesse sentido. Há coisas muito mais importantes do que roupa".

Para interpretar Cássio, o ator contou que não precisou fazer "laboratório", apenas observou gestos, jeito de andar, falar e de se vestir dos gays. "Assisti também a seriados e filmes. Estou conhecendo mais esse meio e entendendo melhor. Já fui a boates GLS com amigos do teatro, mas não é um ambiente que eu conseguisse pegar muitas coisas para o Cássio, que é difícil de fazer, pois tenho que achar o tom certo", explica.

Para Marco, ser confundido com o personagem na rua é sinal de que está convencendo. "O público tem um carinho enorme, independente da sexualidade, classe social e idade. Os gays chegam de maneira carinhosa, nada de cantada, coisas feias. As pessoas ficam na dúvida, a mulherada chega e pergunta: "E aí?"(risos). Eu me divirto e acabo tirando algumas casquinhas, confesso."

Solteiro após um namoro de três anos, o ator revelou que está aberto para conhecer pessoas diferentes. "A gente nunca procura, mas sempre aparece…", ressalta. Se estas "pessoas diferenets" poderiam ser do mesmo sexo, Marco afirma que não tem vontade. "Sempre fui muito bem resolvido nesse sentido desde pequeno. Isso me estimulou quando soube que ia fazer um homossexual, pois era algo distante de mim. Fui pesquisar se as pessoas já nascem ou se tornam homossexuais".

Sobre o tão esperado e adiado "beijo gay" em uma TV aberta, Marco admite não saber se o público está preparado para essa situação, mas afirma não achar necessário. "Não cabe a mim, e sim aos autores e à censura interna. Não acho necessário que haja. Quanto mais leve e sutil for, melhor. O público é inteligente e entende, não precisa mostrar claramente".

Questionado se o seu personagem terá o mesmo fim de Orlandinho (Iran Malfitano), na trama "A Favorita", que "deixou de ser gay" e se envolveu com a personagem de Deborah Secco (Céu), Marco revela que Cássio e Léa (Maria Zilda) irão se beijar, "mas o Walcyr vai desenvolver essa história. Ele sempre surpreende e não acredito que vá se repetir, caindo na mesma história de outra novela."

Cursando faculdade de cinema, o ator pretende trabalhar também por trás das câmeras. "Tenho uma carreira inteira de ator para viver mas pretendo, a longo prazo, dirigir. No teatro tenho feito algumas leituras com um grupo em São Paulo, mas agora não tenho nada em mente, estou focado no Cássio", finaliza.

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