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A USP, a maconha e a ocupação

Que a Polícia Militar seria requisitada para retomar a reitoria da Universidade de São Paulo (USP), ninguém duvidava. Agora, constrangeu ligar a televisão por volta das 7h de hoje (8) e ver um comboio com 50 viaturas, helicóptero, 300 policiais e a Tropa de Choque rumo a USP.

Precisava de tanto?

Pode-se questionar a validade do discurso empunhado pelos estudantes que, após entrar em confronto com a PM, pois esta prendeu três alunos que fumavam maconha dentro do campus, porém, aplaudir o tamanho do contingente mandado pra universidade e ainda por cima taxar os estudantes de “reacionários”, “baderneiros”, “filhinhos de papai” e “maconheiros” (no sentido pejorativo) é algo deprimente.

Deprimente por que revela a face de boa parte dos estudantes da USP e da geração que se encaminha para a fase adulta.

Tal juventude revelou o seu preconceito classista, mas pior de tudo, eram jovens da classe media falando contra os jovens da classe media. E a coisa ficou pintada assim: nós da classe média temos de preservar o nosso status e nada de seguir teorias barbudas. E depois falam que os jovens que ocuparam a reitoria é que eram os reacionários.

O primeiro argumento para justificar a permanência da PM no campus é a redução do número de ocorrências no local. Mas o que também não se falou é dos estudantes abordados a todo o momento e revistados pela polícia. Sim, dentro da universidade. Outra questão que não se levantou é que a USP chegou a  tal ponto de descontrole mas isso por um problema de gestão, pois, não investiram em segurança interna, o campus vive as escuras, ou seja, palco perfeito para todo tipo de ação.

E a culpa é dos estudantes esquerdistas da classe média que fumam maconha?

Ainda sobre a questão da classe da média, estes jovens estão lá por que estudaram nos melhores colégios e no Brasil quem abre a porta da USP e de outras entidades públicas é o vestibular, de longe o mecanismo mais antidemocrático, visto que o ensino publico é uma lástima e não ensina ninguém.

Outro drama é o ensino em si no Brasil. O seu modelo está falido, as disciplinas não dialogam uma com a outra e são ensinadas de maneira não sedutora e dentro de uma prática da ovelha e não da emancipação.

Portanto antes de dizer que o problema é dos alunos esquerdistas de classe média, a grande questão é como ter um sistema pedagógico/ educacional realmente democrático e universal.

Nova música de Madonna cai na rede; ouça trecho

Imagine all the people living life in peace