in

A verdadeira inclusão


Prepare os lencinhos quando for assistir a "Um Sonho Possível", filme que deu a Sandra Bullock seu primeiro Oscar da carreira.

No longa, Bullock é uma ricaça que se deixa conquistar pela comovente (e trágica) história de Michael – ou Big Mike – jovem negro que nasceu no seio de uma família problemática (a mãe é viciada em drogas) e que vive sob a tutela do Estado.

A vida da decoradora Leigh Anne (Bullock) é transformada quando ela decide hospedar Mike em sua casa. Sua atitude de abrigar um desconhecido, no entanto, influi também na vida do marido e dos filhos. Se a única tarefa de Leigh era frequentar longos almoços juntamente com outras dondocas, agora a decoradora se vê obrigada a ajudar o jovem grandalhão desprovido de Q.I. mas forte o suficiente para ser o melhor quarterback do time de futebol americano de sua escola.

"Um Sonho Possível" não é o filme do ano, mas serve para questionar alguns de nossos valores. Numa sociedade que adotou o politicamente correto – e por esse motivo alimenta muitas vezes a hipocrisia – assistir ao filme nos mobiliza para a prática do bem. E não estou falando simplesmente de filantropia. É aquela ajuda sincera, espontânea, que não espera nada em troca e que transforma a vida dos outros e a sua própria.

*
Terminamos de diagramar a edição de abril da revista A Capa, que começa a circular na próxima semana. O editorial de moda com o ex-BBB Fernando Fernandes está lindo e mais uma vez confirma o excelente trabalho do stylist Leandro Lourenço e da fotógrafa Janna de Francisco. Por falar em inclusão, Fernando, que ficou paraplégico ao sofrer um acidente de carro em julho do ano passado, deu uma lição de coragem ao comentar sobre seu novo corpo e mostrar que não existem barreiras para um portador de deficiência.

*
Alguém tem dúvida de quem vai ganhar o BBB hoje? Às vezes me desanimo ao pensar que, apesar de darmos tantos passos à frente, retrocedemos a ponto de jogarmos nossas conquistas no lixo. Mais uma vez a Globo levou ao ar um programa "de mentirinha", essencialmente manipulado, contaminado pelo desejo de elevar a audiência. E, nós espectadores, acreditamos na ideia de que o BBB contemplava a "diversidade", simplesmente por colocar três participantes gays. Com Dourado entre os três finalistas, o discurso de inclusão da emissora foi por água abaixo. Assim como nosso desejo de nos vermos melhor representados na televisão.

Contrariando promessas de campanha, novo governo chileno descarta união gay

Bundas inspiram coreografia de espetáculo que estreia em SP