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Aaaaaqué: o deus da era pós-moderna, mona!

Pois é, meus escândalos… Estamos a cada dia mais pertinho da Parada do Orgulho LGBT, que acontece no próximo domingo, dia 26. Entre outras coisas, o evento manifesta acerca da diversidade sexual e afetiva. Mas será mesmo que entendemos o que significa esta tal "diversidade"? Acho que não muito…
 
Num momento de stress (e quando rola stress, não rola strass), passado com algumas coisas, eu publiquei no meu status do Facebook: "Sinceramente: por que gay (98%, pelo menos) só gosta de homem malhado??? Ainda que seja uma merda, mal caráter, um jumento… praticamente!!! Mas se for malhado tá valendo…"
 
Pronto, mona, bastou isso para as pessoas começarem a se manifestar das mais diversas formas. O que eu, sinceramente, adoro! Antes, porém, permita-me rever alguns pontos da minha própria afirmação. Primeiro, esses 98% não é nenhum dado estatístico, pelo contrário, é só uma forma de quantificar minhas impressões; segundo, nem todo malhado é uma merda, mal caráter e jumento (antes que queiram me xoxar) e o contrário também é uma realidade e, terceiro, gosto de ser radical em algumas afirmações até para chamar a atenção das pessoas sobre um tema que quero discutir. E funciona… Posso garantir!!! (risos)
 
É óbvio que eu não tenho absolutamente nada contra os boys malhados, muito pelo contrário… Como eu sempre digo para as pessoas: "Querida, não tenha tipo… Tenha pressa!". Mas, no entanto, porém, entretanto… O que me irrita é como parece que o único padrão de estética e de desejo seja este, o da Barbie.
 
É claro que este "padrão" não é o único (graças a Deus!), mas é o que o mercado vende. Veja as capas de revistas, gays ou não; veja os gogo boys; veja os bonitões das novelas… Todos são sarados, depilados e quando não, colocados…  Brincadeirinha!!! Mas a culpa, eu sei, não é apenas do mercado. Este, por sua vez, tem o interesse comercial e vai vender, obviamente, o que as pessoas "querem" ver. E quem determina este padrão de desejo das pessoas, meu amor, é claro, só pode ser o aqué… Afinal, o dinheiro não deixa de ser uma nova divindade. Se antes o comportamento humano, os rituais, a forma de se vestir e todos os outros aspectos da vida em sociedade eram inventados tendo como base Deus, hoje, quem dita as regras do jogo é o Mercado, que pode ser entendido como dinheiro, meramente.
 
É este mercado, que tem mais braços que todos os polvos de todos os oceanos, que nos prende num mundo de consumismo e futilidade. É o mercado, alimentado pela indústria da moda, do cosmético, da bebida etc, que diz que você tem que comprar presente no dia dos namorados, no dia das mães, no natal… E é este mesmo mercado que determina como as pessoas devem ser: os homens lindos, malhados e lisos, e as mulheres louras, magrelas e peitudas. Com isso, meu amor, sustenta-se a uma porrada de gente, como academias, fábricas de cera, clínicas de estética e editoriais de moda… Isso para falar apenas de alguns seguimentos.
 
E olha que eu nem sou tão marxista assim… Mas mona, esse mercado é muito sujo. Ele é capaz de "inventar" conceitos com a única intenção de vender seus produtos. Por exemplo, pensem naquele bofe magia, todo peludinho… Como o mercado precisa vender lâminas, cera quente, e as clínicas de depilação precisam de clientes, o mercado cria o conceito de que "ter pelos não é higiênico" e como ninguém quer ser taxado de porco, os boys vão logo depilar o peito, a perna, axilas e afins… Com as mulheres o jogo é ainda mais sujo, pois, além de querer vender seus produtos o mercado ainda quer deixar a mulher pronta para ser consumida pelos homens, deixando evidente um machismo que não faz questão de se camuflar (basta ver as propagandas de cerveja).
 
Não é à toa que as pessoas fazem qualquer coisa por dinheiro, afinal, o aqué é quem dá as cartas em nossa sociedade… E as pessoas, nada originais, fazem o que uma professora sempre me disse: "O ser humano é covarde, não inova… Na dúvida, ele apenas reproduz, mantendo o status quo".
 
Isso é perceptível, meu bem, inclusive no mundo das drags… Você pode ser inteligente, talentosa, dançar bem, ser criativa… Mas se você não "bater cabelo", não presta… Nem para as outras drags, nem para o público.
 
Enfim, acho sim, que cada um deve ser como quer, como se sente bem… Sendo Barbie ou não, sendo loura ou morena, liso ou peludo, sarado ou gordinho… Mas não me vendam a ideia de um padrão comportamental. Acima de tudo, está a DIVERSIDADE… É por ela que vou gritar na avenida Paulista no próximo domingo!!! Afinal, não sou forma de ovo de páscoa…
 
Tá dado o recado…
 
Beijo, beijo, beijo… Fui…

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