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ABGLT é aceita em assembléia da ONU; Grupo vai pleitear título de Consultor Oficial

Com o apoio do governo brasileiro, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT) teve o seu credenciamento aceito pelo Comitê Preparatório da Conferência Mundial de Revisão da Declaração e do Programa de Ação da Durban, após o pedido ter sido questionado pelo Irã.

Para Toni Reis, presidente da ABGLT, só o fato de estar lá é uma vitória. "Estaremos dentro da casa e levaremos de forma diplomática a nossa questão", disse.

Toni também adianta que outro fato importante é que lá "poderemos mapear quem são nossos aliados e fazer o advocacy para conseguir mais apoio". Sobre o apoio da delegação brasileira, Toni comemora. "Estamos muito orgulhosos, o apoio da comissão brasileira foi fundamental. Mesmo com inúmeros interesses comerciais o governo brasileiro nos defendeu".

Beto de Jesus, responsável pelas ações internacionais da ABGLT, disse que a aceitação da organização é importante porque se trata de "uma demarcação de luta e também marca espaço nas Nações Unidas". Beto conta também que há forte resistência em discutir a questão LGBT na Conferência Mundial. "Na verdade há uma animosidade e tensionamento sobre esse tema".

Sobre o questionamento e tentativa de barrar a participação da ABGLT por parte da delegação do Irã, Beto de Jesus explica que "quando se lê Irã, deve-se entender islâmicos e eles tentam o tempo todo barrar a discussão do tema LGBT. É uma conferência sobre discriminação e não vai se debater a questão dos homossexuais?", enfatiza.

Beto acredita que a participação da Ong "cria espaço". "Por mais que a ABGLT não possa falar, o fato de estar lá cria esse burburinho. É importante, chama a atenção para a questão", avalia. Para Toni Reis, além dessa vitória abrir uma brecha, eles irão começar a pleitear o título de consultor oficial do Ecosscoc (Conselho Econômico e Social). "Aí automaticamente poderemos participar das discussões realizadas na ONU".

Vaticano, Estados Unidos e Irã são contra a participação da ABGLT no Congresso Mundial. “O que vocês brasileiros chamam de direito, em nossos países é crime e punido duramente”, disse diplomata do Irã. O Itamaraty – responsável pelas ações diplomáticas do governo federal no âmbito internacional – disse que já esperava por esse tipo de reação.

As opiniões mais radicais partem da delegação do Irã. Para eles não há o que discutir. O grupo iraniano disse que a opção (sic) sexual não é natural e, que no Irã os homossexuais são punidos severamente. A comissão ainda citou o Alcorão (livro sagrado da religião islâmica) e falou que lá a homossexualidade não é citada. O que espanta é que esses países (islâmicos) contam com o apoio do Vaticano que faz coro para não se discutir o tema em uma conferência que visa debater os direitos humanos.

A conferência, que será realizada entre os dias 20 e 24 de abril de 2009, pretende rever o programa aprovado em 2001 na Conferência Mundial contra o Racismo, Xenofobia e Intolerância Correlata. O evento será realizado em Genebra.

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