Liderados pelos deputados federais Anthony Garotinho (PR-RJ) e João Campos (PSDB-GO), a bancada evangélica ameaçou o Governo Federal de que, caso não derrube o kit anti-homofobia proposto pelo Ministério da Educação (MEC), vai engessar todas as votações do governo. A base fundamentalista religiosa possui 70 votos, o suficiente para barrar e congelar o Congresso Nacional.
A bancada evangélica, que faz parte da base de apoio ao governo, o chamado "centrão", fez outra ameaça e essa pode fazer com que o governo Dilma recue: trata-se de articular e aprovar a convocação do Ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que enfrente denuncias de enriquecimento ilícito a partir da venda de informações privilegiadas como forma de consultoria, para que se explique ao parlamento. Até o momento, ninguém do governo se pronunciou.
Por conta disso, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) lançou uma campanha participativa em defesa do kit anti-homofobia. A campanha ganhou o seguinte título: "Eu apoio o Kit Escola Sem Homofobia: quero uma escola que respeite a diversidade. Não ao Bullying homofóbico e a violência contra a população LGBT".
Para participar é bem simples: basta mandar um email para o MEC (acsgabinete@mec.gov.br) e para o Palácio do Planalto (infoap@planalto.gov.br). Nos site da ABGLT há uma carta modelo para se enviar ao Ministro da Educação, Fernando Haddad, e ao Palácio. Ativistas acreditam que, se não houver apoio popular ao kit, o projeto pode sofrer sérias sanções e ser engavetado. Assim, mais uma vez a bancada fundamentalista sairá vitoriosa.
Os movimentos sociais também aguardam e cobram um posicionamento da presidente Dilma, atitude que interlocutores próximos do gabinete presidencial consideram "muito difiicil". É mais provável que bancada de deputados e senadores do PT saiam em defesa.