Proposta pretende mudar o nome da estação para Enéas Tognini-Vila Mariana
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A estação Vila Mariana, na linha 1-azul do Metrô de São Paulo, na zona sul da capital paulista, pode ser rebatizada pela primeira vez desde sua inauguração há 43 anos.
Se um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa sair do papel, a parada ganhará uma designação em homenagem a um pastor evangélico, passando a se chamar Enéas Tognini-Vila Mariana.
A proposta aguarda sanção ou veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB): o prazo constitucional para a decisão do Executivo paulista é sexta, dia 30 de dezembro. Mesmo com a possível obstrução do tucano, o projeto ainda poderá ser promulgado à revelia pelos legisladores, como já aconteceu, por exemplo, em 2011, com a estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna.
A medida é criticada por quem frequenta a estação e também pelo Metrô, pois a mudança implicaria em gastos em um momento em que a empresa, controlada pelo governo estadual, enfrenta uma crise orçamentária.
Questionado por telefone ou por e-mail pela reportagem a respeito de quanto custaria e de quanto tempo levariam as mudanças, o Metrô informou, por meio de sua assessoria, que não se pronunciaria. Indagada também sobre quanto tempo e quanto custou a última mudança, a empresa também não se manifestou.
O deputado que propôs a alteração, André Soares (DEM), justificou a ideia argumentando que o homenageado, um pastor batista nascido em Avaré (SP) em 1914 e morto no ano passado, foi, nos anos 1960, "um dos grandes líderes do avivamento espiritual, que originou a Convenção Batista Nacional (CBN)".
Soares, que é filho do pastor neopentecostal Romildo Ribeiro Soares, conhecido na TV como missionário R. R. Soares, alega ainda que Tognini "tem especial relação com a região objeto da homenagem", afinal, a Igreja Batista do Povo, fundada por ele, fica na rua Domingos de Morais, perto da estação Vila Mariana.
Passageiros contrariados
"A mudança não vai melhorar nada para nós, fora que o nome atual já é um ponto de referência conhecido por muita gente", disse a doméstica Marinês Santos, 49. Já o microempresário Wilson Alves Junior, 33, afirmou que as prioridades dos deputados deveriam ser outras. "Moro em Francisco Morato (município ao noroeste da capital paulista) e a linha que serve a cidade precisa de muitas melhorias, porque os trens são umas sucatas que quebram sempre. Por que eles não se preocupam com esse tipo de coisa em vez de ficar mudando nome de estação?"
"Sou contra dar nomes de pessoas para lugares públicos assim", disse o técnico em contabilidade Jorge Takashi, 75.