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Acusado de abuso sexual, padre diz que tocava parte íntima de jovens para “santificação”

A Igreja Católica está envolta, historicamente, em escândalos de pedofilia e abusos sexual de jovens cometidos por párocos. Nos últimos anos, diversas denuncias de vítimas surgiram nas redes sociais, obrigando a instituição cristã a assumir a prática criminosa dentro de igrejas em todo o mundo. No Brasil, recentemente, o padre Iran Rodrigo Sousa de Oliveira, de 45 anos, foi preso preventivamente na última quarta-feira, 16, na cidade de Caiapônia, no sudoeste de Goiás, acusado de abusar sexualmente de jovens com promessa de “recuperar a virgindade” das vítimas. De acordo com informações do Ministério Público de Goiás, o sacerdote negou as acusações de abuso, mas admitiu que tocava nas partes íntimas das fiéis “sempre do sexo feminino” para “santificá-las” em um ritual religioso. Ainda segundo informações da promotoria, o religioso confessou que recebia fotos íntimas das jovens no celular e explicou que tem o “dom da cura” pelas mãos. As investigações feitas até o momento apontam que há suspeição de crimes praticados pelo padre desde 2005. Entre as vítimas, está uma jovem que, à época, em 2014, tinha 14 anos. Há pelo menos cinco denuncias contra o sacerdote no Ministério Público. Os abusos, que teriam duração de até 1h30, aconteciam dentro da casa paroquial. Em seu depoimento, o pároco afirma que antes de tocá-las, pedia permissão: “Ele relatou que tocava sempre com as mãos espalmadas, tocava na parte externa da vagina fazendo sinal da cruz, com completa ausência de libido e se mantinha de olho fechado”, segundo o promotor de justiça Danni Sales Silva. Ainda segundo o MP, as fiéis disseram que se sentem culpadas por terem deixado ser abusadas pelo padre. “Uma delas chorou do início ao fim do depoimento, perguntando se ela era culpada por aquilo. Ela chegou até a pesquisar na internet se aquele tipo de benção, tocando as partes íntimas, existia dentro da Igreja Católica”, disse Danni. Segundo o promotor, Oliveira cometeu crimes de adquirir e armazenas fotos de conteúdo pornográfico e violação sexual mediante fraude. O advogado de defesa do padre, Leonardo Couto Vilela nega os crimes e alega que o “dom da cura” do réu “poderia ser em qualquer membro, já que, segundo o padre, o corpo é único, porém com funções diferentes”.

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