O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo libertou os cinco acusados de espancar e assassinar a travesti Laura Vermont, de 18 anos, no dia 20 de julho. Eles, que estavam em prisão preventiva há algumas semanas, seguem em liberdade até o julgamento.
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A juíza Érica Aparecida Ribeiro Lopes e Navarro Rodrigues expediu o alvará de soltura a favor de Van Bastem Bizarrias de Deus, Iago Bizarrias de Deus, Jefferson Rodrigues Paulo, Bruno Rodrigues de Oliveira e Wilson de Jesus Marcolino por eles serem "réus primários, terem residência fixa e ocupação lícita".
No documento, a juíza alega que não há "indícios" de que os acusados irão fugir de sua "responsabilização criminal", pois "confessaram a prática do delito e individualizaram suas condutas, entendendo cabível a substituição da custódia preventiva por medidas cautelares".
Agora, eles devem comparecer mensalmente em cartório para justificar atividades, estão proibidos de sair da comarcar sem autorização judicial, proidos de alterar o endereço residencial sem prévia comunicação ou de frequentar bares ou casas noturnas.
A data do julgamento ainda não foi divulgada pelo TJ.
O CASO
Depois de ser vista andando ensanguentada, Laura foi abordada por dois policiais militares Ailton de Jesus, de 43 anos, e Diego Clemente Mendes, de 22. Eles foram chamados para socorrê-la, mas acabaram dando um tiro nela. O laudo de morte apresentado pelo Instituto Médico Legal aponta traumatismo craniano.
Durante o relato, os PMs chegaram a forjar uma testemunha, mentir sobre ter levado Laura ao hospital (o que foi feito pela família) e omitir terem dado um tiro. Os PMs também chegaram a ser presos, mas foram liberados após pagar fiança.
O crime chocou a comunidade LGBT, que chegou a fazer uma marcha de repúdio pela transfobia no país.
Iago e Van Bastem Bizarrias
Wilson Marcolino e Bruno Oliver