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Adrenalina

Na festa de aniversário da cidade daquele ano fiz coisas que mudariam para sempre a minha vida. Essa época era animada e a galera aproveitava a oportunidade para farrear até de manhã tomando todas nos botequins da cidade.

Tinha vindo para passar as férias no meio do ano. Estava na minha, só observando tudo em silêncio, tomando vinho quente para poder esquentar o frio que gelava até a alma e o qual já estava desacostumada a sentir. Sempre andava com um pessoal mais velho. A maioria era casada, tinha filhos e apenas eu e mais uma amiga éramos solteiras.

Dessa vez tinham algumas pessoas diferentes. Inclusive uma mulher belíssima, de uns trinta anos, casada com um dos vereadores da cidade. Ela não parava de olhar para mim e nem procurava disfarçar. O que me incomodava muito. Lá pelas tantas, deu um jeito de sentar-se ao meu lado. Levantei-me e ela me segurou pelo braço me perguntando onde eu estava indo. Respondi que ia apenas ao banheiro.

– Ah tá! Então vou com você.

Todos que estavam na mesa já haviam bebido além da conta e nem perceberam que ela estava me dando bola. Entramos juntas no banheiro e ela me perguntou de supetão:

– Diz uma coisa pra mim: por que você me olha tanto hein?

– É porque você não para de olhar para mim, oras – Respondi friamente, mas por dentro eu estava em desespero. O coração acelerado batia forte e sentia um calor descomunal no rosto. Ela se aproximou rapidamente e só tive tempo de ouvi-la dizer:

– Quero e vou te beijar.

E beijou mesmo, quase à força, me segurando pelos cabelos, juntando meu corpo ao dela quase com violência. Tinham muitas pessoas aguardando do lado de fora na fila e nós ali, nos beijando sem parar, como duas loucas.

Que coisa maluca! Ela é casada! – Pensava enquanto a beijava – Ela é casada com um dos meus melhores amigos! Não a conhecia antes porque tinham se casado há pouco tempo na cidade onde ficou morando até mesmo depois que estavam casados, esperando a casa ser construída.

Além de ser meu amigo, era também primo, o que de certa forma tornava as coisas ainda mais complicadas. Mas eu não conseguia parar de beijá-la! Ela era linda!
Em dois segundos tirou a parte de cima da roupa e me agarrou perguntando se queria transar com ela já enfiando a mão por dentro da minha calça. Tomei um susto, abri a porta do banheiro e saí depressa com o rosto muito vermelho, apavorada!

Alguns minutos depois ela veio e sentou-se novamente ao meu lado, como se nada tivesse acontecido. Eu estava tremendo, vermelha, morrendo de vergonha e medo que alguém desconfiasse de alguma coisa. Mas ninguém percebeu nada, dado à enorme quantidade que tínhamos bebido naquela noite.

Eu estava realmente de fogo. Não tinha a menor condição de dirigir até em casa e meu primo sugeriu que dormisse na casa deles e que levaria o carro para guardar na garagem, pois tinham vindo a pé para festa porque moravam pertinho.

Concordei meio hesitante, mas acabei aceitando. Mesmo porquê não tinha a menor condição de chegar até em casa naquele estado. Liguei para minha mãe avisando e fui dormir na casa deles.

Ela arrumou minha cama enquanto eu esperava encostada no guarda-roupa do quarto de visita. Quando vi que a cama estava pronta, cai deitada e dormi rapidamente sem dizer nada, sem ao menos tirar a roupa.

Nem sei quanto tempo passou entre esse momento e a hora que acordei com ela completamente nua em cima de mim, me beijando e puxando o fio que prendia minha blusa. Segurava meus braços para que não criasse nenhum empecilho. Mas eu não tinha a menor intenção de impedir que acontecesse. Tirou minha roupa, soltou meus cabelos e beijou meu corpo, cada parte, como se nada mais existisse. Soltou minhas mãos que ficaram livres para acariciar seu corpo lindo.

Morena de cabelos crespos, seios perfeitos e costas lindas. A luz do quarto estava acesa e pude vê-la por completo. Mesmo estando meio grogue antes, agora a adrenalina havia praticamente curado o porre e eu tocava e olhava o corpo dela nu, maravilhada com a beleza e a sensualidade dela. Sentia-me uma menina diante da exuberância daquela mulher magnífica. A experiência e a forma que fazia, me deixou completamente fora de mim.

Ela me virava, me beijava, me tocava e me fazia sentir um prazer que eu nunca havia sentido antes. Sem falar naquele cheiro que vinha dela, do perfume que me deixava até meio tonta de tanto tesão.

Jamais fui tocada como estava sendo tocada. Totalmente envolvida, ela me tocou com a língua entre as pernas me fazendo delirar de prazer, me fazendo tocá-la também, indicando como e onde queria ser tocada.

Virou-me de bruços, massageando minhas costas, enquanto me beijava, passando a língua onde tocava, sugando demoradamente cada ponto do meu corpo me fazendo perder o controle de tanto prazer. A confusão era tanta, que adormeci sem ter a certeza do momento que ela saiu do quarto.

Acordei pela manhã sozinha, nua e minhas roupas estavam espalhadas pelo chão. Sentei na cama tentando me situar nos acontecimentos, meio trêmula. Mal tinha acordado e sentado na cama e ela entrou no quarto, sentando-se ao meu lado, passando o braço por cima dos meus ombros, me beijando no rosto e dizendo que meu primo já havia saído para trabalhar e só voltaria no final da tarde para casa.

Precisava ir ao banheiro, me recompor um pouco, talvez tomar um banho. Sem falar que estava ali, nua conversando com ela que agia naturalmente como se nada tivesse acontecido. Procurei minha bolsa e ela levantou-se dizendo que a pegaria na sala. Que ressaca! Precisava também de um café bem forte para diminuir um pouco aquela sensação de atropelamento que estava sentindo. Falei isso com ela para puxar assunto e disfarçar a vergonha.

Foi ao quarto, pegou uma toalha e uma blusa para mim. Depois que tomei banho me senti melhor e me recompus quase que por completo ao tomar uma xícara bem cheia de café que ela havia preparado. Sentei do lado de fora, no murinho da varanda e ela veio até onde eu estava, pegou a xícara da minha mão e colocou sobre a mesa, me beijando e me fazendo levantar para acompanhá-la até o quarto onde eu havia dormido.

Continuamos o que não tínhamos terminado na madrugada e mais uma vez não a impedi de tirar minhas roupas. Fiquei observando-a tirar a sensualíssima camisola de seda preta que estava usando sem mais nada por baixo, vendo melhor a beleza e a sensualidade do corpo moreno e perfeito ainda com uma sexy marca de biquíni dos dias que tinha passado no Nordeste. Tudo parecia destacar a sensualidade daquela mulher exuberante que se deitava sobre mim.

A barriga sensual, os seios, a bunda, o sexo, as pernas… Tudo extremamente bonito. Deitamos na cama e já chupando meu sexo, me deixava completamente dominada pela sensualidade que a situação emanava.

Sentia sua mão tocando meu sexo suavemente, enquanto pressionava o corpo contra o meu forçando uma penetração suave e deliciosa que me preenchia completamente. Minha pele arrepiava-se com o calor do corpo quente dela no meu.O cheiro envolvente dela me fazia ficar mais excitada, louca para continuar sentindo o prazer magnífico, trazendo um orgasmo que vinha suave e depois invadia meu corpo numa violenta onda de prazer.

Com ela sentada em cima de mim, segurava-a pela cintura sentindo o vai e vem do seu corpo contra o meu. Tocava seu sexo, me levantando e passando por cima dela que me envolvia com as pernas deixando exposta a sensualidade do seu sexo completamente molhado. Passava a língua de leve, chupando o clitóris, sentindo os pêlos crespos na deliciosa umidade, até senti-la gozar também.

Quando terminamos, ficamos abraçadas, nuas, nos olhando em silêncio. Estava ofegante e exausta por causa do excesso de adrenalina que rolava enquanto transava com a mulher do meu primo e amigo.

Ainda que seja complicado o romance, não fui capaz de pedir a ela que me acompanhasse. Nossas vidas eram distintas. Eu estudava na capital, estava na metade do meu curso na faculdade. Depois de formada, fui indicada para um excelente emprego, coisa que não teria a oportunidade de conseguir no interior. Tínhamos nossas vidas realmente distintas.

Talvez por conveniência, por comodismo, nunca nos pedimos nada ou fizemos planos. Ela continuou casada e mantemos nossos encontros quando venho passar férias, há nove anos, mesmo tendo ficado um pouco complicado depois do nascimento das crianças.

Somos amantes, amigas, confidentes e todas as pessoas que convivem conosco não imaginam nada além do que demonstramos: um enorme afeto e cumplicidade de amigas de muitos anos.

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